sábado, 25 de julho de 2009

SIMPLES, MAS PREFEREM ENCHER LINGUIÇA

Ouvir Galvão Bueno está cada vez mais chato. Dizer que a Fórmula 1 sempre foi e precisa continuar sendo uma categoria de sonhos, parece coisa de gente triste que está deixando para trás toda sua história pessoal e profissional que ele, com toda estranha razão, têm.

A Fórmula 1 escondida era mesmo bem interessante. Lembro do dia que invadi os boxes de Interlagos, em 1996, e fiquei ao lado do Ukyo Katayama e sua Minardi sem pronunciar os meus primeiros dotes jornalísticos, mas sim vivendo aquele ambiente tão distante. E um jornalista do antigo e saudoso Diário Popular – se não me engano – veio me perguntar se o autógrafo que pedi a ele era porque o piloto me interessava ou porque o autógrafo de um piloto de Fórmula 1 era o mais importante quesito. E, sinceramente, não me lembro da resposta.

Mas a categoria mudou. Ou melhor, a empresa Fórmula 1 está mudando. E tentando ficar mais próxima do povo. Mesmo assim, as arquibancadas dos últimos GPs não agregam tal formato, com espaços abertos, constrangedores e muito diferentes daqueles que víamos décadas atrás. E se ouvirem Galvão com suas idéias de contraste ao moderno, dentro dos próximos anos não haverá mais necessidade de, ao menos, arquibancadas.

Dizer que o piloto Jaime Alguersuari, o mais jovem a estrear na categoria (eu acreditava que fosse Esteban Tuero, em 1998) vale como uma quebra de credibilidade na categoria, foi um escorregão ao entendimento frio e cruel que todos sabemos. Ou seja, o dinheiro ainda fala mais alto... e sempre falará. Por isso defendi e defendo a política de custos reduzidos afim de um automobilismo melhor.

Já a segurança e o acidente de Felipe Massa, não há resumo melhor do que o post abaixo, pois a mesma coisa seria dita por aqui.

Agora as mídias estão enchendo linguiça com a pergunta: Porque as peças de soltam....?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

DA ÁGUA PARA O VINHO

Muito se fala sobre a roda que se soltou facilmente do pré-acidente que causou a morte de Henry Surtees, ontem, em Brands-Hatch.

Concordo com as investigações e estudos sobre possíveis regras que já existem na Fórmula 1, quais as rodas são presas com cabos de aço a fim de evitar tal fatalidade. Mas o que é segurança, seja onde for, quando um corpo está a mais de 170 klm/h?

É fato que existe um calhamaço de testemunhos práticos sobre a segurança dos carros de hoje em dia, mas nunca haverá segurança suficiente em um esporte onde o risco é o principal convite.


Há um jeito de pelo menos prevenir coisas deste tipo, qual mencionei no post anterior e resumo visualmente acima (muito mal feito, mas o que vale é entender), pois além de proporcionar um lance aerodinâmico ainda melhor, sobraria espaço para patrocinadores ................. A nota feliz do dia foi saber que a Indy vem mesmo para o Brasil ano que vem. Notícia boa depois de tudo.

Rápidas:

- Para quem duvidava, acabei de receber um comunicado Renault. Nelsinho está na Hungria. Mas todo mundo sabe a verdade dos fatos.

- Tem equipe nova no FIA GT1. E é brasileira... Logo vocês vão ler por aí.

domingo, 19 de julho de 2009

ATÉ QUANDO FATALIDADE?

(post publicado 30 minutos antes de sua morte anunciada) Com 18 anos de idade, podemos dizer hoje em dia que qualquer menino é homem pra valer, coisa que anos atrás não era bem assim.

A molecada do kart, ainda mais jovem, qual pude acompanhar de perto meses atrás depois de alguns anos longe de um kartódromo, é outra. Meninas e meninos sabendo entender as discussões, os erros, a competência e defendendo aquilo que é seu.

Henry Surtees tem esta idade. E foi uma vítima, hoje, durante a segunda bateria da F2 realizada em Brands Hatch, daquilo que há muitos anos fora assunto em pauta entre amigos meus que se alimentam de corridas de carro. Mas a resposta não saiu da boca de ninguém para a pergunta: Porque os carros monopostos não têm uma cobertura no cockpit?

Senna, pelo que fora divulgado até o momento, morreu porque cravou parte da barra de suspensão do carro em seu capacete. Brundle quase quebrou o pescoço em um acidente estranho em Interlagos, quando Eric Comas, lento na pista, passou engasgando seu Ligier na reta oposta do circuito paulista antes de atrapalhar, sem querer, a tentativa de ultrapassagem de Jos Verstappen, que decolou e atingiu em cheio a cabeça do piloto inglês com uma das rodas traseiras de seu Benetton.

Hoje fora a vez de Henry, que por uma coincidência do destino, passou com o carro no momento em que uma das rodas de outro acidente que acabara de acontecer, estava no ar e no meio da pista. A pancada, apesar do ângulo da câmera de Tv não mostrar muito perto, foi forte... muito forte.

Filho de John Surtees, ex piloto de Fórmula 1, o jovem inglês encontra-se hospitalizado e sem nenhuma nota detalhada sobre seu estado de saúde. Pelo menos foi esta a informação quando li no press-release que a categoria soltou momentos depois da prova terminar.

Se hoje temos as laterais mais altas em monopostos de todas as categorias, após algumas modificações criadas pela Fórmula 1, porque não cobrir de vez o cockpit? Será uma questão simplesmente de imagem e tradição? Ou será pela própria segurança do piloto que perderia muito tempo para sair do carro em chamas, caso fosse o resultado de um acidente? Minha opinião está respondida na primeira pergunta.