sábado, 30 de maio de 2009

QUANDO O ORGULHO É O LIMITE

JPS - Trabalhar com aquilo que a gente mais gosta é mesmo um prazer inigualável entre qualquer outra profissão, englobando satisfação com quesitos profissionais que não limita suas atividades, seja a hora que for.

Digo isso porque me dá um comichão violento quando leio notícias atuais que já foram previstas neste simples blog aqui. E a última, que além da ansiedade me deixou feliz pra valer foi saber que a equipe March se inscreveu para o mundial 2010 da Fórmula 1.

Se vai rolar ou não, não sei. Provavelmente alguns nomes da lista devem cair fora. Então sobrarão as grandes, com com um grid salpicado, pouco a pouco, com nomes fortes de um tempo onde corridas de carro eram feitas por quem conhecia. Ou seja, “formados” pelo esporte, pela mecânica de pista - que vale lembrar ser bastante diferente com aquilo que a maioria do povo conhece - além de saber lidar com o mundo estranho que é tudo isso.

E por falar em March, este link aqui é uma cópia daquele aberto em tela no blog do Flávio Gomes, que apresenta uma gravação em audio da primeira prova da categoria realizada no Brasil. Vale a pena conferir o grid em detalhes na voz do Barão Fittipaldi… Vale também ouvir o som delicioso do March guiado por Luiz Pereira Bueno quando quebrou o recorde do anel externo de Interlagos pouco antes da prova acontecer.

Eu mesmo já fiz isto, mas foi bem depois, em 1998, quando gravei praticamente a corrida inteira em duas fitas K7 que tenho guardadas até hoje. O material ficou bom e é sempre interessante botar ele para rodar para amigos que nunca, sequer, pisaram em um circuito.

MEMÓRIA: O som, por sinal, me fez lembrar sobre o credenciamento de imprensa que devo solicitar em breve para cobertura da HistoricF1, que acontece em Agosto no circuito paulista, onde todos deverão ir, obrigatóriamente.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

RECLAMAÇÃO INCOERENTE

JPS - Ontem conversei com um amigo que se mudou para Bauru a fim de abrir um negócio, que mais tarde tornaram-se dois negócios. E apesar do cara nunca mais aparecer por aqui e dar um abraço “nos pobres”, ás vezes, quando dou sorte, o encontro na Internet.

Estávamos então comentando sobre nossos estranhos cafés da manhã regados com cerveja e bolinhos de carne, fritos provavelmente num óleo bastante insuportável para quem administra melhor a saúde hoje em dia. Pois trabalhávamos juntos durante a madrugada para depois se divertir, juntos, nas manhãs aceleradas que acontecem todos os dias em frente ao aeroporto de Congonhas aqui em São Paulo, onde a cada 1 ou dois minutos, descia um avião sobre nossas cabeças.

“No olho do furacão” disse ele, ao recordar aqueles momentos de saudade que trás de uma cidade grande depois que se mudou, investiu conhecimento e grana, mas entendeu que não há nada mais próximo de São Paulo neste país. Negativamente, ás vezes, e positivamente no sentido do fazer acontacer e ter resultados programados para a hora certa.

Mencionei tudo isso por li ontem a noite que os moradores de uma cidade de nome bastante estranho (Cambridgeshire), na Inglaterra, andaram reclamando do barulho que a Renault andou fazendo no aeroporto vizinho.

Serão oito dias de testes, segundo Steve Nielsen, gerente da Renault. E o pessoal terá de suportar, pois afinal de contas, o lado incoerente disso tudo é ouvir aviões numa boa e descartar os ouvidos para um motorzinho de nada só por oito dias!

Europeus são chatos e os ingleses, apesar de morarem numa terra que o mundo inteiro que pisar, ganhar dinheiro e conhecimentos gerais, são ainda mais terríveis.

Por aqui, uma construção com bates taca em um buraco aberto para as novas linhas do metrô não agradam, mas o povo baixa a cabeça com certa coerência...Coisas de um mundo diferente, que não merece julgamento.

A única estranheza foi saber que a Renault está testando seus carros, o que está claro ser proibido na Fórmula 1 a partir deste ano. Mas testes em linha reta, como este que atormenta alguns ingleses, parece ser livre ou estou enganado?

Por falar em aeroporto, vejam vocês o que encontramos quando abrimos o site da antiga GPMasters, que prometia dar muito certo mas acabou acontecendo alguma coisa estranha e sem explicações sobre seu fim. A foto sem dúvida foi feita em um aeroporto com os carros da competição, mas sem link de acesso para algum lugar, além de um pequeno campo inferior onde só aquele que sabe o que está acontecendo podem entrar.

Muito estranho...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

FICOU MARCADO

JPS - A primeira vez que vi Helio Castro Neves correr foi em uma etapa da Fórmula 3 Sul-americana, em Interlagos, em companhia de um primo que hoje mora em Minas Gerais, numa cidadezinha bem pequena que amanhã pela manhã devo visitar em um bate-volta. Ele, que também me acompanhou na primeira vez que pisei em Interlagos, é daqueles caras que ninguém tem nada negativo a dizer. Quieto, trabalhador e um rapaz gente fina pra caramba. A única nota zero que ele merece levar é não se cuidar como devia. Suas doses de Coca-Cola diárias assustam e não há ninguém que freie o rapaz neste vício delicioso que leva a morte e a largura de um corpo cada vez mais.

Mas voltando a falar de Hélio, lá estava ele, compartilhando o grid do circuito paulista com alguns estranhos que não deram sorte na vida e outros nomes que mais tarde todo mundo ia ouvir falar, com Cristiano da Matta e companhia.Foi naquele domingo que também vi, pela primeira e única vez, alguém acertar a divisão de muro entre linha de box e pista, depois que o circuito começou a secar, formar o trilho e não contribuir com quem vinha desprevenido em sua entrada ainda bastante úmida.


Hélio, anos mais tarde, virou Hélinho. Mas virou também símbolo de uma geração que o Brasil deu valor, através das transmissões da Indy Lights pelo SBT, na companhia de coberturas amplas que a emissora aplicava com a turma da Marlboro Brazilian Team, que contava também com Tony Kanaan e mais alguém por ali.Hélio, antes mesmo de “subir” para a antiga Fórmula Mundial, já era quase ídolo, empatando seu carisma com Tony Kanaan, por quem eu sempre tive muito respeito e um certo tom de torcedor.


No caminho da vida de jornalista que segui fez-me conhecer ambos em situações diferentes. Até o dia em que no evento promovido pela Revista Racing dei início a um bate-papo (literalmente) com ambos, juntos, e suas devidas esposas. Percebi ali que o “ar” da Indy parecia ser mais puro e menos estranho que o da Fórmula 1.


Mas o tempo passou, Hélio ganhou mais que Tony (apesar do título do piloto baiano ter soado com muito orgulho), e as coisas foram mudando, até o momento do choque crucial da imagem dele para nós jornalistas, nós torcedores e nós brasileiros.


Seja lá o que ficou decidido pela justiça norte-americana, sua vitória ontem em Indianápolis foi, sem dúvida, a melhor imagem do ano até o momento.

O MURO MOLE: Se existe criatividade na segurança e tecnologia dos carros, nada foi mais original do que esta criação aí em cima, o famoso muro mole. Não é de hoje que o negócio existe. Mas o efeito diferente que ele dá ás corridas em circuitos ovais é bastante interessante e, literalmente, seguro.

DUAS VERDADES, UM CAMPEÃO

JPS - Comentei em algum post recente que pilotos como Jacques Villeneuve faziam falta na Fórmula 1. E é fato que realmente fazem, porque falar o que pensa na posição de personagem principal de uma corrida de carros, ou seja, o piloto, está cada vez mais raro.

O interessante é ver que algumas raízes não mudam conforme o tempo. E ainda mais agora, prestes a deixar para trás a equipe Renault e ir para não sei onde, é que Nelson Ângelo Piquet tem nas mãos e na boca sua verdadeira identidade.

Ouvi alguém dizer pouco antes da largada da prova monegasca que o piloto brasileiro foi o único que respondeu aquilo que todo mundo sabe, mas devido ao teatro milionário há crenças de enganação. Ou seja, toda essa bobagem de equipe fica ou equipe sai não passa de uma jogada clara dos times e sua associação FOTA com a federação do negócio todo, a FIA, no sentido claro de que a primeira quer sugar mais dinheiro da segunda.

Logo, são apenas duas únicas verdades que estão á tona. A primeira é a morte definitiva da Kers para 2010. A outra é que tem mesmo gente interessada em ingressar na categoria mor, como já anunciadas inscrições da equipe Campos e o “tiro” norte-americano USF1e, que estreará com a promessa de retorno da Cosword na Fórmula 1 e as esperanças de Danica Patrick morando na Europa.

Já a Lola alguém ouviu dizer, algum estranho divulgou, parece mesmo ser fato, mas até agora nenhum lance oficial.

Mas tudo isso não balança a emoção focada de Jenson Button, o rapaz que pulou do kart para a Fórmula 3 inglesa e de repente apareceu na Fórmula 1 no lugar de Antonio Pizzonia como suposto estreante (uma quase promessa pré-anunciada pela Williams) anos atrás.

A Williams acertou, a Renault tentou, a Honda apostou e o circuito de Mônaco viu o rapaz se perder em um treino livre na saída do túnel e apresentar um dos mais fortes acidentes da Fórmula 1 quando piloto da BAR. Mas quem venceu, por fim, foi Ross Brawn e a aposta do próprio piloto, que mostra para todo mortal que ser positivo e feliz faz toda diferença. -- A foto acima mostra ele no Rio de Janeiro, quando visitou a Stock-Car por aqui em um evento patrocinado.

Competência assim comparada a três nomes singulares de destaque durante o GP de Monte Carlo: Felipe Massa, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton.