sábado, 13 de junho de 2009

DE OLHOS BEM VERMELHOS

JPS - Há pelo menos 10 meses venho tentando conseguir uma entrevista com Nicolas Prost, o filho de Alain. Na busca por alguma informação mais próxima do piloto, o que consegui foi falar com um amigo dele que parece ter montado um fã-clube, aparentemente sem muita gente por ali.

Conversa vai, conversa vêm e nada do amigo do Nicolas conseguir uma abertura para tal entrevista. Tudo bem... afinal, além do sobrenome, nada mais chama atenção no garoto que até agora parece não ter pintado com resultados expressivos em sua carreira.

Mas o que me chamou atenção foi vê-lo no grid das 24 Horas de LeMans, prova que começou há pouco mais de duas horas ainda contando com aquele frisson e espírito de forte tradição numa pista difícil, super veloz e muito diferente.

Diferentemente do que podemos ver ano que vem, com a provável saída de Nelson Ângelo Piquet da categoria mor do automobilismo mundial, nem ele, nem Bruno Senna terá, dessa forma, como participar de um histórico “revival” de dois sobrenomes tricampeões na mesma pista. Por outro lado, vejam que ironia a pista francesa fez acontecer na edição atual. Senna e Prost, lado a lado, com seus devidos companheiros de time, acelerarem no mesmo instante.

Tudo bem que um não tem nada a ver com outro. Mas para quem gosta de automobilismo, de história e números - verdadeiros fãs da coisa toda - isto é um fato marcante, que as mídias, por sinal, deixou passar em branco. Ou melhor, de olhos bem fechados e vermelhos de sono, um testemunho das provas de longa duração que cobri e analisei através deste DVD que conta, em detalhes o trabalho de uma equipe na prova dos sonhos de qualquer piloto.

FÓRMULA 1 – Como este blog não é uma página de notícias, não dá pra comentar nada sobre o vai e vêm do grid para a Fórmula 1 de 2010. Mas já providenciei novas entrevistas para vocês por aqui. Manor é uma delas, se tudo der certo...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM A "NOVA" LOTUS

JPS - “Após anos de pouco dinheiro e maus resultados, dá sinais de que voltará à linha de frente, podendo brilhar já em 1993. Em 92, se capitalizou junto à seus vários patrocinadores e conquistou um belo quinto lugar. Tem o mesmo motor Ford HB V8 usado pela Mclaren, bastante confiável. Estréia carro novo, com suspensão ativa já bastante desenvolvida”.

Esta informação acima (com crase e direitos da língua portuguesa da época) foi copiada da página onde é apresentada a equipe Lotus na revista de distribuição gratuita no autódromo de Interlagos em 1993, a famosa Pole Position.

Aquele foi também meu primeiro ano de Fórmula 1, qual evidentemente foi também a primeira vez que vi um carro Lotus rasgar a reta oposta do circuito paulista, no comando de Johnny Herbert e Alessandro Zanardi. Um carro lindo, diga-se de passagem. Muito colorido e super baixo. Carro com um estilo particular que adoro.

Porém mais lindo ainda foi saber que o nome Lotus também poderá retornar a Fórmula 1 nos próximos anos, com a inscrição feita em seu nome para 2010, apesar da “crise” e direitos da marca (Lotus Cars Ltd) não envolver autorização alguma para que a equipe Litespeed entre na categoria maior com o nome tal.

Mesmo assim, não perdi meu tempo e acionei a assessoria de imprensa do time que defende atualmente alguns pilotos na Fórmula Inglesa – entre eles o brasileiro Victor Correa – para bater um papo. E a resposta de algumas dúvidas e informações do futuro time de Fórmula 1, seja lá o nome que derem, rendeu.

“Temos uma ligação intrínseca com a história da Lotus. Os diretores da equipe são todos ex funcionários da equipe na Fórmula 1 e estamos 100% certos de que o valor do nome têm peso aos milhões e fiéis torcedores do mundo todo. Mike Gascoyne (diretor técnico) está levando em conta à concepção da estrutura e o ex piloto Johnny Herbert (Commercial & Driver Manager) é nosso condutor gerente, mostrando então o quanto nosso time é sério”, disseram com exclusividade a RACE CARS AND MUCH MORE nesta quarta-feira.

Quando perguntados sobre o trâmite ainda indeciso no teto orçamentário da categoria, os assessores da equipe Litespeed foram claros e aproveitaram a chance para dizer a realidade dos fatos. “Nós não fazemos parte da Fota, então não podemos falar muito sobre este assunto. Mas o que podemos dizer é que estas ações são potencialmente muito empolgantes, porque abre novas frentes no mundo da F1, entre times como o nosso, que conta com orçamentos menores”.

“Por fim, os nossos dias tem sido sempre concluídos com a intenção de colocar adiante um carro competitivo no grid da Fórmula 1, homenageando Colin Chapman, sua família e a equipe Lotus”.

A equipe Lotus estreou na Fórmula 1 no GP de Mônaco de 1958, venceu 79 vezes, conquistou 107 poles e sete mundiais (1963/1965/1968/1970/1972 com Emerson Fittipaldi/1973 e 1978).

A foto acima é Johnny Herbert, com seu Lotus modelo 1994, último ano oficial do time na categoria, pouco antes de firmar parceria com outra equipe apagada, a Pacific.

UMA FOTO E MIL PALAVRAS

JPS - Henry Ford era um gênio, diz um amigo meu. Não estudou o suficiente - até porque não existia faculdades no seu tempo - ou pelo menos é isso que acredito.

Mas para ser gênio não é preciso nenhum caderno. Basta querer fazer - como sempre diz Nuno Cobra - que por coincidência do destino fora o escritor do livro que melhor entendi até hoje, indicada leitura pelo rapaz amigo aí de cima.

Já entender Henry Ford só lendo muito sobre sua pessoa. Mas conforme este mesmo amigo, ele não criava dificuldades, mas sim soluções. Por exemplo, não sabia falar outra língua com algum negociador de Ford T, contratava quem falava o idioma, uai!

Pois bem. Mas a foto acima apresenta o lado quase romântico de uma época nobre, porém cruel àqueles que se arriscavam correr em carros assim. E apresenta também o início daquilo que vemos hoje; Ou seja, um cartola (literalmente) ao lado do piloto, que sujo de graxa, tinha de aparecer em frente as câmeras para registrar tal momento. Aliás, que momento! A imagem acima foi feita em 1909, no término da primeira edição da Transcontinental Race, circuito Nova Iorque/Seattle. Corrida esta que durou 22 dias e 55 minutos, com velocidade média de 7,75 milhas por hora.

Mas se não existisse Henry, não existiria a Ford. E sem a Ford, as corridas de automóvel talvez demorassem um pouco para aprender a lidar com as coisas pra valer. E sem corridas, não haveria Emerson (ex piloto Ford), Piquet (ex piloto Ford), Senna (ex piloto Ford) e Barrichello (ex piloto Ford).

Mas repetir esta cena, onde os chefões eram os pais daquilo tudo, seria muito démodé... E infelizmente é o que anda acontecendo. E o piloto, hoje limpinho e rico, continua não determinando bulhufas nenhuma.

terça-feira, 9 de junho de 2009

TERCEIRA E ÚLTIMA

JPS - Recebi recentemente um comunicado da equipe Minardi dizendo que seu proprietário familiar, o simpático e atencioso Gian Carlo Minardi, andou pensando um pouco e disse que existe a falta de pilotos técnicos na Fórmula 1, categoria por onde passou e deixou saudades.

No meu ponto de vista, acredito também nesta falta, mas há uma incoerência maior em outro quesito: A criatividade.

Depois do caso Senna e todas as mudanças emergenciais que a “companhia” Fórmula 1 passou, depois de tantas tentativas de priorizar segurança e deixar de lado a competição para mais tarde pensar no segundo ponto como prioridade ainda durante a era Schumacher, os velhos talvez tenham chegado ao bom senso tarde demais, em um momento nada propício para acerto de contas e acertos também para uma categoria muito mais interessante com o barateio dos custos.

Logo, não é por menos tamanha polêmica mencionada todos os dias nos jornais, revistas, sites e outras mídias estranhas que anunciam com certo ponto de surrealismo e apelo para audiência que algumas equipes deixarão as pistas em 2010.

Algumas pessoas podem ser leigas, mas ninguém é burro pra valer. Ou seja, ninguém vai sair. Se sair, que pena. Entrarão outros e serão bem vindos aos cartolas no quesito comercial, nem tanto nos índices de audiência inicial de uma Fórmula 1 realmente diferente.

Para quem gosta e entende pelo menos um pouquinho de corridas de carro, a sensação seria (pois não será, já que todo mundo vai ficar onde está) muito interessante, prazerosa e definitivamente boa pra se ver, como a garota da foto. Já que para o ano que vem os testes privados continuarão proibidos, o teto orçamentário será mais baixo - entre o bom senso de times e patrões da briga - e não haverá, pela terceira e última menção neste blog, a existência do Kers.

domingo, 7 de junho de 2009

VERDADES EXPLÍCITAS SOBRE 2010

JPS - Dizer que não há mais chances foi, certamente, uma saída feliz para Felipe Massa, que permaneceu onde podia, fez uma corrida limpa na Turquia e conquistou a sexta posição com muito equilíbrio na etapa onde seu nome brilhou por três vezes consecutivas.

A injeção de ânimo pessoal na briga particular com Lewis Hamilton, vencendo em uma manobra limpa e boa de ver, não tirou de Nelson Ângelo Piquet a fase negra somada com seu treino ruim, erros repetidos e a clara necessidade de um descanso em breve.

Barrichello, por sua vez, falou o que não devia durante a semana pré GP, provou mais uma vez não ter controle emocional e coerente em uma categoria aonde competência vai além do volante, e perdeu seus últimos torcedores camuflados no país.

Hamilton, com a postura de um campeão e gentleman inglês, ultrapassou, foi ultrapassado, entendeu os limites do carro na prática e nas palavras, e dá a pinta de ser aquele cara que sabe esperar, pensa e vence na hora certa. Ou seja, ano que vem.

Vettel passou na prova do jardim da infância, tirou nota 10 no pré-primário e agora apresenta boas notas na escola real. Falta aguentar um pouco mais de pressão, diagnóstico feito após o erro de iniciante no início da prova quando entregou a posição ao vencedor inglês. Mesmo assim, seja lá o que acontecer de estranho na categoria, não há dúvidas sobre sua estrela ainda mais brilhante entre os líderes para o ano que vêm

Jenson Button conquistou o título, sorriu mais uma vez com seu carisma ainda jovem, concluiu seu lobby com os patrocinadores e vai dormir tranqüilo mais uma vez.

E tudo isso depois da vitória de Lucas di Grassi (foto) na segunda bateria da GP2 realizada no mesmo circuito, colocando definitivamente seu nome na Fórmula 1 para 2010. Um destino certo e garantido para um piloto que até o final do ano passado havia dúvidas sobre seu encaixe e onde correr.