sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

NOMES QUE FAZEM A DIFERENÇA PARTE 2

PC Quando acessei a primeira e única vez o ambiente da extinta Fórmula 3000 Internacional - a antiga GP2 – para circular e entrevistar alguns nomes como o astro da época Antonio Pizzonia, conheci de perto algumas imagens estranhamente interessantes lá na estrutura montada no kartódromo de Interlagos, que dava apoio na primeira de duas provas da categoria que o Brasil recebeu como preliminar da Fórmula 1, em 2001 e 2002, respectivamente.

Entre uma novidade e outra, saquei um registro entre os materiais de imprensa que me chamou atenção: A equipe Durango, que parecia ter uma credibilidade européia bem alinhada por ali. E é deste nome que venho falar agora, sete anos depois.

A equipe italiana foi criada em 1983 por Ivone Pinton e Enrico Magro, ainda administradores do time nas pistas até hoje.

O início ocorreu na da Fórmula 3 italiana, passando por algumas temporadas na Fórmula 3000 e, desde 2005, dando continuidade aos trabalhos na GP2.

Com a vitória de Karun Chandok no circuito de Spa-Francorchamps em 2007, marcada como a primeira de um piloto indiano no automobilismo internacional, a equipe se destacou e ganhou méritos quais atualmente dão credibilidade ao nome dentro e fora da Europa.

Jaime Melo Jr, pole-position naquela prova de Interlagos de 2001, foi um dos brasileiros que a equipe contou, além de Rodrigo Sperafico, vencedor no circuito paulista durante etapa de abertura do mundial no ano seguinte, em 2002.

Recentemente, a Durango contou com a participação do também brasileiro Alberto Valério (foto), piloto que, sinceramente, não boto muita fé. Sua participação, ocorreu nas divisões asiática e européia, mas sem resultados expressivos. Já Carlos Iaconelli, garoto bacana que conheço desde os tempos em que freqüentava os boxes da Fórmula São Paulo - onde acredito ter feito algumas provas por ali além de contar com tradição familiar no automobilismo brasileiro – também não vingou pra valer este ano, mas seus resultados resultados foram medianos, com a certeza de que o time, ainda sem tomada oficial de decisão, poderá admnistra-lo com mais um ano de contrato. Mas falta dinheiro, segundo o próprio piloto.


SPEEDCAR SERIES

A equipe adentrou agora na nova categoria criada pela FIA, provando estar disposta e segura mais uma vez na disputa com carros bipostos.

A dupla selecionada é interessante, com Jacques Villeneuve no volante de um dos carros, além do austríaco Christopher Zoechling, um jovem talento que reside em Dubai empurrando o carro destaque da equipe, com selos de comemoração aos 25 anos da Durango nas pistas (foto no topo). LEIA TAMBÉM - NOMES QUE FAZEM A DIFERENÇA (ESPECIAL DALLARA)

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

QUASE SEM QUERER

PC A saída da Subaru e Suzuki do mundial de rali assustou. Óbvio que a cada notícia sobre a “suposta” crise veiculada no automobilismo gera um treme-treme em muita gente. Mas isso parece ser é igual bocejo, que mesmo sem querer, um olha para o outro e dá uma espreguiçada de urso, abrindo a boca incontrolavelmente e sem saber porque.

Já mencionei por aqui que quando um piloto tira o pé do acelerador diante de uma curva cega, aqueles que vem atrás arregalam os olhos e também levantam o da direita sem saber no que vai encontrar lá na frente. E isto confere a mesma parábola aí de cima. Só que existem os mais espertos, que sem mais nem menos conseguem assustar, sem motivos, os que ainda vão passar pelo caminho.

A verdade é que a lógica está definindo estes acertos de compra, venda e retiradas em manchetes das pistas e das trilhas pelo mudo afora. E esta natureza, como todo mundo já sabe, está relacionada à fenomenal queda na venda de carros, principalmente destas marcas não que não vendem sequer metade dos produtos como GM, Ford e cia, quais mesmo assim, também sabem que não há mais espaço físico para muito mais carros no planeta como antigamente.

O contraste está rolando nas pistas. Quem se lembra de Galvão Bueno mencionando para os telespectadores sobre a junção cada vez mais violenta de times na Fórmula 1 com grandes montadoras? E ele ainda apontava que a falida Jordan tinha de fazer algo rápido e tentar fechar um acordo com alguma montadora grande.

Eu, particularmente, nunca apoiei isso. E esta crise mentirosa está, na verdade, colocando os fracos nas telas de tv para anunciarem a grande chance do AGORA, pois é agora que eles podem escapar de fininho, cuspindo em nossas caras que a crise é o motivo para tudo.

Que se dane a Subaru e também a Suzuki. Afinal, nunca foram empresas de carros de corrida de verdade. E se querem saber, como também já mencionei por aqui, o bacana será ver aquelas empresas que nasceram para o automobilismo – ou do automobilismo -, desenvolver, fabricar, desenhar e colocar carros e equipes assalariadas nas pistas nas categorias do real esporte a motor, sem essa onde de amarrar seus laços com alguma fabricante de automóveis.

Nem que uma suposta fase pobre dure alguns anos, ainda acredito que vale a pena esperar para ver...

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OSCILAÇÕES DE MERCADO

Interessante ver que, como em uma bolsa de valores, o mercado de pilotos está pipocando dúvidas e mudanças para o próximo ano.

Dias atrás recebi a informação de que Jaime Melo Jr. fica na Ferrai por mais três temporadas, correndo lá nos Estados Unidos pela American Le Mans Series. Além de colaborar com a fábrica italiana no desenvolvimento dos carros de competição fornecidos por eles aos campeonatos de turismo mundo afora.

Melo Júnior é daqueles pilotos que o automobilismo atualmente precisa ter por perto. Coerente, vencedor e aparentemente seguro dentro das necessidades da marca italiana, o brasileiro venceu o mundial da FIA GT em 2006, foi campeão da American Le Mans Series em 2007 e conquistou, este ano, a quarta posição no campeonato na categoria GT2, disputada nos Estados Unidos, ao lado de Mika Salo.

O outro lado da moeda acontece com aqueles pilotos que mal disseram adeus ao Brasil para tentar a vida no exterior. Sem credibilidade ou currículos prodígios para mostrar lá fora, muitos já estão voltando. E este é o caso do jovem piloto mineiro Victor Correa (foto), que este ano andou de Fórmula Ford na Inglaterra e já voltou ao Brasil para testar um modelo F3 do campeonato Sul-americano, ao invés de continuar por ali.

Sua assessoria de imprensa aqui no Brasil menciona o interesse do piloto para o próximo ano, que é (ou seria?) alinhar um carro da mesma categoria, porém na Europa.

Sinceramente, apesar do garoto ser competente, pilotos como ele devem agora segurar a onda e ficar aqui, testando quando possível alguma coisa diferente, viajando vez e outra para conhecer melhor os circuitos em um ou dois testes livres (pagos, é claro) e não ultrapassar os limites do desejo e necessidade de correr lá fora. Pois, mesmo que o pai ou o patrocinador mor injete o incentivo financeiro no moleque, boa parte desta pizza poderá ser perdida.

Mas a perda maior acontece com a frustração que jovens potenciais como ele (e são muitos) adquirem quando pinta uma porrada dessas. Ou seja, voltar sem dinheiro e sem chance alguma de continuar martelando seu nome na Europa ou nos Estados Unidos.

Afinal, as equipes estão mais antenadas do que nunca e ninguém, de verdade, vai apostar em qualquer um que banque a estabilidade dos times. A não ser as pequenas estruturas que precisam e querem sobreviver. Mas, como Tarso Marques me disse uma vez: “Correr na Minardi para dizer que sou piloto de Fórmula 1, não vale a pena” - nossos jovens talentos deveriam seguir o mesmo caminho.

Então, calma garotada!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

CORRA LOLA, CORRA

(Não podia dar outro título...) Em algumas postagens atrás comentei sobre minha primeira coletiva de imprensa situada em 1996 na presença do piloto brasileiro Ricardo Rosset, que acabava de assinar um contratinho filho da mãe com a equipe Lola na Fórmula 1. Ou melhor, a tentativa da marca retornar à categoria que não deu lá muito certo.

Aliás, o carro que já não prometia desde o começo, como único ainda sem direção hidráulica e outras coisas mais, correu apenas a prova de estréia na Austrália (foto abaixo) e, minutos depois de vê-lo pessoalmente ao meu lado nos boxes de Interlagos para a segunda etapa do mundial de 1997, pufff.... acabou.

Não sei ao certo o que aconteceu com o time ou com seu patrocinador principal, a Mastercard. Mas alguma coisa financeiramente estranha pairava no ar em uma Fórmula 1 mais estranha ainda, que levava nas costas o peso do sofrimento em converter carros rápidos com segurança poucos anos depois das tragédias que conhecemos muito bem.

Acontece que a Lola sempre foi um nome forte no mundo todo. Prova disso está contada na história e em livros como este aí, publicado pela editora inglesa Veloce. Trata-se de um produto de capa dura especial, 192 páginas e 200 imagens que conta, em detalhes, todas as marcas deixadas pelo modelo T70, um marco nas pistas européias durante as décadas de 60 e 70.

Apesar de nunca de destacar como um dos melhores carros em provas de turismo e endurance, alguns nomes importantes cravaram a história deste chassi. Entre eles, John Surtees, Denny Hulme, David Hobbs e Brian Redman.

A base da experiência com o modelo T70 foi importante, segundo o livro, para a criação de outras “jóias” da Lola nas pistas, como o Mk III B Coupé, de 1969.

O livro é trabalhado pelo colecionador de automóveis John Starkey, ex-curador da famosa coleção de Donington Race Cars.

Tenho inveja de pessoas como ele.

QUER COMPRAR? -- http://www.veloce.co.uk/

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

MOMENTO HONDA NA VIDA DE THOMPSON

PC (O cheiro do futuro...) Estou torcendo para a crise chegar logo. Tão rápido quanto a vontade de ver mudanças nas pistas, na vida das pessoas e em tantas outras coisas que, acreditando de modo bastante positivo, devem mudar o mundo para melhor.

A Fórmula 1, pelo menos, não vai acabar. E seja lá como for, mais uma vez de forma positiva (ao invés de promover um temor com a chance das equipes trabalharem pelo dinheiro do piloto ao contrário do talento), deve agora levantar a bandeira de um automobilismo de verdade. Até porque, ninguém sabe ao certo quantos carros teremos no grid da GP2 ou “Fórmulas” 3 pelo mundo afora em 2009.

O sistema Kers, aquele bem bacana que trabalha no reaproveitamento de energia cinética, além de reduzir os custos da categoria, deve também proporcionar um apoio interessante na implantação deste para o uso comum no transporte público mundial.

Daí sim será um recomeço, lembrando a época em que a categoria mor era laboratório nos quesitos segurança e tecnologia, transplantados para nosso dia-a-dia. E agora será, quem diria, a mais importante imagem do renascimento do esporte motor mundial nos temas meio-ambiente e administração financeira.

Por tocar mais uma vez na crise, e recuperando os olhares já vistos por outros jornalistas que também apontam uma reforma feliz na Fórmula 1 com, talvez, margens de uma competição que deve lembrar os velhos tempos, complemento este post com um detalhe curioso sobre uma passagem que ocorreu em 1958, quando Hunter S. Thompson, ao correr a pé nas ruas de Nova York, foi barrado por um japonês de expressão estranha dizendo ser um dos irmãos Honda. *...“duro e desesperado, precisando de fundos para uma passagem de avião para Tóquio, e por 894 dólares ele me oferece a sua parte no negócio, com tudo assinado, testemunhado e bem acertado na presença de qualquer advogado que eu quisesse indicar... ele me mostra o passaporte e um monte de cópias amassadas de desenhos de uma motocicleta. Sem dúvida ele é um dos irmãos Honda... Eu ouço, dou um sorriso de quem está bem informado e pago a minha taxa para passar por ele: Uma moeda de 25 centavos e um bilhete de metrô, rejeitando a sorte com uma determinação estúpida e correndo para uma entrevista inútil.

Coisas de um tempo fantástico.

* Trecho do livro HELL´S ANGELS – Medo e delírio sobre duas rodas (Editora Conrad)