quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

NOMES QUE FAZEM A DIFERENÇA

Minha primeira coletiva de imprensa aconteceu em dezembro de 1996, no Hotel Intercontinental, quando o piloto Ricardo Rosset assinava seu contrato com a equipe Lola, que retornava a Fórmula 1 depois de alguns anos fora do mundial. E foi ali também que conheci Reginaldo Leme, antes de nos tornarmos colegas de profissão.

Quando a coletiva terminou, com uma tradução péssima da mulher que ficava ali naquela caixa de vidro acústica, o primeiro a chegar junto para uma exclusiva com Rosset foi Reginaldo, com aquela bomba na mão com a logomarca global. E a primeira pergunta foi saber do piloto o que o nome Lola representava para ele. Sinceramente não lembro o que ele respondeu, mas saquei o lance do Reginaldo. Afinal, entre uma marca e outra, existem as quais respondem a estrutura do automobilismo mundial. E a Lola faz parte da história das pistas, em qualquer circuito ou em qualquer campeonato que se preze.

Então decidi criar aqui uma nova série de reportagens, que também será dividida em partes como PELO MUNDO, divulgado no último dia 22 de novembro.

E neste primeiro “capítulo”, uma entrevista inédita (e exclusivíssima) com o Andrea Pontremoli, CEO da Dallara, a maior e mais importante fábrica de chassis para carros de corrida do mundo.

UM POUCO DE HISTÓRIA: Com licenciatura em engenharia aeronáutica, Paolo Dallara fundou sua primeira fábrica em 1972, na região de Varano Melegari, cidade próxima à Parma, Itália. Treze anos depois de iniciar sua carreira no mercado das quatro rodas, prestando serviços diretos para a Ferrari Maserati, Lamborghini, onde desenhou os modelos de sucesso Espada e Miura.

Sua primeira iniciativa dentro das pistas aconteceu com os modelos De Tomaso na Fórmula 2, em meados de 1961. Mas foi só em 1970 que o Senhor Dallara chegou na Fórmula 1, trabalhando com a mesma equipe, porém agora com propriedade de Frank Williams, que mais tarde colocaria no papel o modelo Marlboro Williams F1.

PROTÓTIPOS E FÓRMULA 3: Já com sua fábrica instalada, os primeiros produtos foram concebidos e aplaudidos por diversas categorias de protótipos. Mas foi em 1980 que a Dallara enfim pairou no poder, como primeira empresa na Itália a construir um túnel do vento com esteira rolante. Foi também o ano de fabricação do primeiro carro de Fórmula 3, vencendo o campeonato italiano.

A categoria ainda está ligada á Dallara nos quatro cantos do mundo, com o fornecimento de chassi para os campeonatos na França, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Japão, América do Sul (inclusive Brasil), Rússia, Áustria e também as provas clássicas de Mônaco, Macau e Zandvoort, especiais dentro dos calendários diversos da Fórmula 3.

Desde 1997, os chassis da marca competem também na Fórmula Indy, vencendo os campeonatos de 1998 a 2008, exceto em 2003, quando Scott Dixon sagrou-se campeão com o chassi Panoz em sua Chip Ganassi. - vale lembra que ainda nos Estados Unidos, desde 2001, a empresa também desenvolve os modelos da Indy Lights.

Já na Europa, todos os carros da GP2 começaram a ser trabalhados pela Dallara a partir de 2005, além dos modelos do World Series by Renault. E ambas têm seus contratos renovados até 2010.

NAS RUAS: A Dallara também colabora com algumas fabricantes de automóveis, incluindo Ferrari, Alfa Romeo, Maserati, Audi, Toyota, Honda e KTM, além da prestação de consultorias em design, pesquisa e produção.

“No que diz respeito à crise financeira mundial, ainda não fomos afetados, pois a empresa é financeiramente forte e tem laços em toda parte do mundo. E não só em categorias fórmula, mas também na divisão de carros de turismo, dando suporte para a Audi na DTM e Le Mans Series, além dos modelos Maserati MC12, a Alfa Romeo 8C e mais recentemente o KTM X-Bow”.

“Em última análise, talvez sejam cortados alguns patrocínios em categorias nas quais trabalhamos. Mas isso não deve gerar desequilíbrio em nossos trabalhos dentro das pistas”, diz Pontremoli. ”Parece simples, mas é difícil atingir este tipo de nível que temos, pois existem questões empresariais diferentes de categoria para categoria. Mas a empresa se esforça para fabricar carros que ganham, pois vencer corridas é o que a Dallara sabe fazer”, conclui.

“Como um bom exemplo de nossos recentes investimentos, inauguramos um novo túnel do vento com escala 60% no início deste ano aqui em Varano. E com a entrada desde ano passado do novo CEO Andréa Pontremoli, ex-presidente da IBM aqui na Itália, a empresa está feliz e certa de que em nosso futuro não existirá crise”. disse Nick Langley, relações públicas da empresa.

Perguntado sobre a proposta que Felipe Massa tem de criar uma nova categoria no Brasil veiculada á Fiat, o RP da Dallara ainda não têm informações sobre.

Atualmente, a marca italiana produz até 200 carros por ano com seus 170 colaboradores. Uma pequena gigante.

IRONIA HONDA: Vejam vocês. Em abril de 1998, a Dallara foi responsável pela concepção, desenvolvimento e fabricação de aerodinâmica da Honda na F1. Este carro foi testado no começo de 1999 e agradou muita gente. Mas em última instância, a Honda decidiu fornecer motores para alguns times em vez de correr como equipe própria. – Seria então diferente se topassem logo de cara o trabalho direto na categora?...

2 comentários:

Anônimo disse...

MUITO BOA ESSA MATÉRIA MEU GIGANTE. E COMO SABEMOS, NOME É TUDO NÉ? KKKKK


NÓS QUE SOMOS FÃ DO AUTOMOBILISMO, ENRIQUECEMOS O CONHECIMENTO COM ESSAS INFOMRAÇÕES TRAZIDAS.

VALEU MESMO, DE CORAÇÃO, OS FÃS DE VELOCIDADE AGRADECEM, SUA GRANDE PARCELA DE CONTRIBUIÇÃO.

Anônimo disse...

A Dallara com apenas 170 colaboradores dá conta de tanto chassis assim? Impressionate mesmo.E por que diabos ele tentou voltar em 1997? Talvez por pura vaidade.....