sábado, 2 de maio de 2009

FICAR DE OLHO NÃO CUSTA NADA

JPS - O piloto da foto ao lado é Gabriel Dias. Não o conheço e só ouvi falar Dele recentemente, quando uma assessoria de imprensa competente e cara - diga-se de passagem - começou a divulgar o garoto.

Dá pra sentir que Gabriel é daqueles que teve a sorte de nascer na família certa e fazer tudo aquilo que o pai pode e provavelmente quer pagar.

Lendo seu histórico agora a pouco, li que a carreira do curitibano começou no kart em 1998, passando por momentos felizes como vice-campeonato brasileiro de kart em 2000 e 2001 (não sei a categoria), campeão deste em 2002, vencedor da Rotax Challenge nos Estados Unidos em 2004, Vice-campeão do pan-americano de Kart em 2005, finalista no campeonato mundial de Kart – em Portugal – no memso ano, além da experiência na Fórmula BMW Schoolarship (Espanha) em 2006 e finalista, mais uma vez, no campeonato mundial de Kart em 2007, realizado em Mariembourg/Bélgica.
Okay, o rapaz tem mesmo muito dinheiro no bolso. E deve mesmo ser fato, suponho. Porém ninguém chega lá de bobeira. Quer dizer... ás vezes. Como foi o caso de um piloto brasileiro que prefiro não mencionar seu nome. Este chegou até a GP2, mas ali as coisas começaram a ficar mais arriscadas para um menino que não tem, mesmo, o “don” da coisa. Sonho realizado e a volta pra casa.

Mas de qualquer maneira, vale o recado e apoio a Gabriel, que cravou as duas poles para as baterias da National Class, divisão de acesso do Campeonato Inglês de Fórmula 3, que acontecem amanhã, em Silverstone, Inglaterra.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

OPINIÃO CONTRÁRIA

JPS - Não tinha interesse de escrever sobre a decisão final que a FIA tomou depois analisar, com mais "calma", os atos negativos e somatórios que a equipe Mclaren vem produzindo desde 2007. Mas já que o assunto está em alta e todo mundo já leu sobre, lá vai uma opinião contrária ao que dizem ter “pegado leve” com os ingleses.

Mas antes de relatar as coisas friamente, tenho de reforçar para aqueles que ainda não acreditam que onde há muito dinheiro, há também muitas mentiras. Portanto, quase tudo que se vê na Fórmula 1 ou qualquer categoria, esporte e mesa de bar onde circulam alguns porcos ricos, há também muita ficção.

Todo mundo anda dizendo que a Federação Internacional de Automobilismo foi sutil ao julgar a equipe Mclaren depois de tanto enrosco. Estes que, por sinal, demoraram muito para serem “estudados”.

Acontece que o mundo anda mesmo intolerante e mesmo com o pedido de desculpas (nojento, é fato), demissão do cara que supostamente pediu a Hamilton que ultrapassasse Trulli em Melbourne e o vexame para aqueles que pagaram caro – muito caro – por um boné, camiseta ou qualquer souvenir do time, a Mclaren poderá ser punida por três provas se, durante os próximos 12 meses, escorregarem de novo.

O estranho é que, seja a Mclaren ou qualquer outra turma, escorregando na “lei” da empresa Fórmula 1, serão punidas da mesma maneira. Portanto, porque tamanha polêmica? Não concordo também com a palavra de alguns jornalistas dizendo que a categoria chegaria ao ponto inevitável de amarrar seus burros com grandes montadoras. Sempre fui do contra neste quesito, e agora, com o "terremoto" na produção de automóveis, chegou à razão.

No meu ponto de vista, Judd (okay, nem deve existir mais), Mecachrome (estão devendo uma entrevista para este blog), Cosworth (vai voltar em 2010 com a USF1) e outras produções criadas do e para o automobilismo devem voltar a explodir por aí. Daí, então, corridas de carro poderão, quem sabe, voltar a ter algumas verdades compartilhadas e sujas de graxa.

DUAS FELIZES DECISÕES

JPS - A Lei da Imprensa acabou e minha aprovação sobre o fato é, evidentemente, certa.

Lembro-me do dia em que recolhi minha carteira de jornalista no Ministério do trabalho logo após a impressão da primeira edição da Revista Grand Prix, qual respondi pelo cargo de editor chefe. E a burocracia para retirar tal número de MTB foi quase inexistente.

Bom saber também que cada caso, contra ou a favor de algum fator jornalístico, será singularmente analisado por cada juiz em situação. Na verdade, esta decisão abala um pouco qualquer profissional brasileiro, que não saberá quando e por quanto “rolou” a propina, por parte de um ou de outro.

Mas seja lá como for, a gripe ainda não chegou e todo mundo terá um feriado feliz nesta sexta-feira.

Outra decisão que entrou em pauta nesta semana foi a limitação do teto orçamentário na Fórmula 1. O custo de R$ 129 milhões por equipe (ou 40 milhões de Euros), por ano, é mesmo muito baixo. Mas comparando-se ao custo das equipes de contrato com a Fórmula 3000 Européia, por exemplo, a matemática confere no resultado de mais ou menos 14 times no grid da categoria de base.
Legal mesmo é saber que o grid terá, provavelmente, um número maior de carros. E os novos rimes – entre eles a USF1 – receberá créditos de incentivo para dar início na temporada. Isso deve deixar Nigel Mansell feliz, já que dias atrás o velho leão disse não haver muitos créditos no título de seu compatriota Lewis em uma Fórmula 1 mais “enxuta”.

15 ANOS: Comecei a escrever sobre corridas de carro logo após a morte de Senna. Comecei a assistir automobilismo pouco antes dele morrer. Não nego que sua morte foi, de fato, uma decisão bifurcada em minha vida.

Chorei muito no sábado com a morte de Ratzemberger, mas a estranha sensação de domingo nunca mais foi repetida.

Ayrton, pessoalmente falando, foi o último dos brasileiros que além de cuidar (e muito bem) de sua própria vida, de sua grana e de sua família, sabia se apresentar ao país, ao mundo e adquirir carisma de todos.

Acho que em uma data triste como esta, apesar do feriado, deveria servir também para um repensar mútuo sobre como ser um pouco Ayrton Senna vez em quando.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

PIT-STOP COM ALAN KHODAIR

JPS - Em meus tempos de kart, cobrindo provas em Interlagos, Granja Viana e Itu, conheci muita gente que se deu bem e outras que se deram mal. E uma delas, entre Felipe Massa, Nelsinho Piquet, Danilo Dirani, Tuka Rocha e tantos outros pilotos, foi Alan Khodair.

Eu me lembro muito bem do dia em que em um treino ou uma prova qualquer lá em Cotia, quando o garoto recebia alguns quadros com suas fotos bem feitas e trabalhadas por algum assessor esperto - que presenteava ou cobrava caro pelos objetos - Alan parecia não dar muita atenção. Daí, saquei que “aquele moreninho metido” tinha foco e sabia mesmo equilibrar as coisas.

O garoto cresceu e pintou na Fórmula Renault aqui no Brasil, antes de pular para a Europa e correr na Fórmula 3000, categoria que deixou no final de 2004 após uma pressão que suas palavras explicam melhor. “Correr lá fora é, na verdade, muito bom. Você acaba aprendendo mais coisas do que se imagina, pois além de correr, você tem de se virar, morar sozinho, tudo isso. Pra mim, foi muito importante, até o dia em que me sentei com o vice-campeão da categoria e puxei conversa com ele, acreditando que sua carreira estava quase estourando. E foi no momento em que ouvi dele suas dúvidas para o ano seguinte do ...para onde ir?, sem patrocínios suficiente, que minha ficha caiu”.

Alan fez o que fez e voltou na hora certa. Parou de sonhar e hoje acelera com prazer uma Ferrari azul, de patrocínio garantido até 2010 na GT3 e também corre na Stock-Car, ganhando dinheiro para tal.

Ano passado, participou de uma ou duas provas na A1GP sob convite da equipe brasileira administrada por Emerson Fittipaldi, aprendeu mais alguma coisa e retornou.

Alan é piloto, está feliz e não parece ter problemas para dormir.

TRADUZINDO WILSON FITTIPALDI

JPS - Ainda no sábado, em Interlagos, encontrei Wilson Fittipaldi circulando os boxes pouco antes do início da primeira bateria da GT3 Brasil. Admito que sempre admirei o clã Fittipaldi desde quando conheci Wilson – na Ômega Stock Car - depois Emerson (em seu escritório quando colaborei com a primeira assessoria de imprensa de sua feira de Tuning) e mais tarde Christian, na nova Stock.

Emerson, ao meu ver, é o grão-mestre. Não simplesmente pelos títulos conquistados, nem por toda sua imagem aqui e lá fora. Mas sim por ele ser ele mesmo.

É sempre difícil analisar alguém quando este alguém não é você. Mas Emerson é daqueles aventureiros que a gente não vê mais por aí. Aquele que apesar de contar com pai e mãe do lado, “rouba” o carro da garagem para brincar de corrida em alguma rua do bairro, fato que aconteceu, algumas vezes, com este garoto que nasceu, vive e sempre será um menino.

A vida cansa, é verdade. E o que pude ver nos olhos escondidos de Wilson neste sábado foi um pouco de tristeza misturada com um cansaço imenso, apesar de estar lá, naquele ambiente quase nato de sua compatibilidade natural pelo esporte que não foi bem comportado com sua alma.

Pensei em perguntar rapidamente sobre sua presença ou reserva da categoria, qual participou ano passado ao lado do irmão com o modelo Porsche. Mas sem querer soltei aquilo que fez sentido por natureza, ou seja, “parou mesmo, Wilson?”. E com um ar mais do que natural, ele respondeu sim a simples pergunta de um jornalista comum, e complementou com o ar técnico, verdadeiro e humilde que só um sobrenome Fittipaldi poderia responder. “Não dá mais, pois com estes pilotos novos na pista, por mais que eu ande bem, tomo um segundo por volta”.

As palavras de Wilson soaram como um motor sendo ligado ás três da manhã, em pleno ambiente onde só algumas cigarras ou grilos procuram fazer seus comentários finais.

Wilson parou definitivamente, e o automobilismo brasileiro, mais uma vez, não deu valor aos irmãos e o garoto filho/sobrinho que mereciam muito mais brilho aqui, em sua terra natal, do que lá fora, onde ainda hoje testemunho fatos como um contato recente que ocorreu há pelo menos um mês atrás, antes da finalização da matéria especial sobre a marca Matra nas pistas.

Meu último contato para aquisição de algumas informações que complementavam a nota, seriam despachadas por alguém citado no texto. E este dissera que, se houvesse mesmo a intenção de adquirir dados completos sobre o assunto, ele cobraria para mencionar, pois "teria de escrever um livro". Assim, disse a ele que talvez me encontraria com Emerson Fittipaldi em poucas semanas (prevendo sua continuidade na GT3) e que, se não houvesse mesmo como escrever algo na contribuição da nota, eu falaria com ele, já que sem dúvida alguma, sua paciência seria diferente e sua passagem pela fase Matra teria conteúdo até maior.

Não deu outra. A matéria ficou pronta no dia seguinte e as informações foram despachadas com a maior pressa possível.

MUITAS COISAS

JPS - Carl Edwards (foto) é um piloto de verdade. E se você nunca ouviu falar nele, basta acessar qualquer portal nacional ou internacional entre hoje e amanhã para ver as fotos do acidente que quase custou a vida de sete espectadores durante a prova de alguma divisão Nascar em Talladega, Estados Unidos.

Como ninguém corre risco de morte e certamente haverá cuidados estruturais mais interessantes para uma nova prova que ocorrer ali, fica então o final glorioso na conclusão do fato, quando o rapaz deixou seu carro destruído depois de voar – literalmente - na pista para correr a pé em direção a linha de chegada, concluindo assim mais uma etapa na categoria.

Adoro ver este tipo de coisa nos circuitos, mas de duas, uma. Ou ele é mesmo um cara focado no que faz, não dá a mínima para uma destruição tamanha como foi seu acidente e trata de fazer seu papel mesmo que com as próprias pernas, ou o susto acabou desencadeou aquela coisa que chamamos de coragem e fez com que a cabeça do piloto tomasse uma atitude que, só depois de enfrentar algumas coisas estranhas como esta, qualquer normal parece criar alguma sombra de enfrentamento e corre para o abraço. De qualquer maneira, foi maneiro.

Mas antes deste fato, algumas outras passagens aconteceram neste final de semana e entre elas a GT3 em Interlagos, que não contou com um público interessante, mas mesmo assim fez o seu espetáculo.

Aconteceram alguns deslizes, é fato, como o atraso na abertura das áreas Vips que não davam autonomia livre das catracas antes que a “menina” pudesse trazer as pulseirinhas de acesso. Pulseirinhas estas que não vi até agora, muito menos a menina.

Também não rolou tudo aquilo que a organização havia mencionado. Pelo menos não vi nenhuma pista de kart infantil montada atrás das arquibancadas. Mas o show de uma banda bacana, a presença dos motoqueiros com algumas jóias sobre duas rodas, além da exposição de carros antigos, aconteceu. E mesmo com a garoa chata, os presentes pareciam felizes.

Já na pista, apesar de um número menor de carros na categoria top que ano passado contou com o modelo Lamborghini, que não correu e não sei ainda se vai correr este ano, a primeira e segunda bateria (sábado e domingo, respectivamente) foram bastante interessantes e altamente competitivas. Chato mesmo foi ver algumas Ferrari´s não preparadas andando bem atrás do pelotão só para “inchar” o grid e dar valor as imagens transmitidas ao-vivo pela Record News.

Outra chateação foi esperar pela transmissão do GP do Bahrain na sala de Imprensa antes de descer a um dos boxes para ver a largada em um televisor pequeno e sem antena de qualidade. Se houve ou não a liberação do canal Globo em um evento in-loco sob competência da emissora rival, não sei. De qualquer forma, não subi novamente ao segundo andar e só entendi o resultado final do GP árabe sem tomar nota da prova por inteiro e ouvi dizer que alguma estratégia errônea não deixou Barrichello concluir a dobradinha Brawn. Mas de quem partiu a idéia de botar pneus moles e quem autorizou, afinal? O piloto, nestas horas, tem que participar pelo que sei... Mas não vi, então não julgo.

O resumo da ópera foi sair dali feliz depois da aquisição pessoal do contato da Ana Carolina, terceira colocada do BBB 2009, programa que não assisto, não assisti e nunca vou me inscrever.