SP - Um pressentimento lógico está clareando as mentes daqueles que trabalham na Fórmula 1. E ele tem resolução simples para uma categoria que nunca demorou excluir aquilo que não presta para ela, principalmente em momentos de estranhas recessões como agora.O KERS vai sumir sem dar adeus. E já vai tarde. Pois se a intenção é dar emoção ás corridas, sejam elas então de igual para igual.
É fato que as tentativas de fazer acontecer um número maior de ultrapassagens na Fórmula 1 vara anos. Mas uma iniciativa incomum como esta que remete promover efeitos emocionais “nitro” de um carro mais potente que o outro em um final de reta, não é fazer automobilismo.
Mas os polêmicos difusores não fazem parte de uma idéia medíocre, não precisam de baterias para funcionar e não pesam no lastro. Este sim foi idéia tratada, criada e cuidadosamente instalada no sucesso de três equipes, quais largarão daqui a pouco nas primeiras filas no Grande Prêmio malaio.
Com eles, o ar passa mais rápido por baixo do carro, remete o corpo do monoposto para o chão com mais força e protege a sentença dos famosos e proibidos “carros asa”, criação do gênio aeronáutico Colin Chapmann e sua turma.
Sou a favor da física pura, e não de genialidades grotescas que, repito, deixará a categoria mais cedo do que se imagina. Até porque, do que adianta melhorar o combustível no quesito amigável com a natureza e soltar inúmeras baterias usadas pra baixo da terra no final de cada ano? E os custos irreversíveis?
Já disse por aqui que os velhos estão cumprindo suas horas extras, ao invés de navegar com seus iates e curtir a vida com mulheres (sado-masoquistas ou não) o dia todo.
* Frase de Max Mosley no começo deste ano: "Há uma cultura do desperdício predominante. O esforço para o sucesso deu certo em todo tipo de regime financeiro. A F-1 está se tornando ridícula".
Uma ironia sem tamanho.




