sábado, 13 de dezembro de 2008

VILLENEUVE E CIA.

PC Quem gosta e acompanha corridas de carros já sabe que existe uma categoria homologada e filiada pela FIA que mais parece a Nascar americana, porém lá nos Emirados Árabes, com o nome de SpeedCar Series.

No site do negócio dá pra entender um pouquinho do que rola por ali, mas a pauta que venho colocar aqui não é esta, e sim a feliz coincidência da crise com provas automobilísticas como estas aí.

Correr nas tops mundiais sempre foi e continua sendo caro demais. Daí vale uma frase que sempre ouvi do meu pai: “Se tudo fosse igual, o mundo não teria mais graça”. E é fato.

Ser caro é chamar atenção. Por isso e algumas outras coisas a Fórmula 1 entrou para o mundo capitalista e deixou um pouquinho o automobilismo de lado, depois de ser comprada por patrocínios que hoje, na dependência de seus fluxos de caixa cada vez mais secos e trêmulos, faz do esporte filho do pecado chamado dinheiro.

O legal é que aquelas provas mais “baratinhas”, onde o cara dá o gás por uma ultrapassagem, por um ponto ou pelo menos por uma chance de descarregar sua adrenalina em um domingo qualquer pode se tornar alvo bem interessante a partir de agora, se é que esta crise não é uma conspiração fabulosa de algum gênio.

Voltando a SpeedCar, é muito bom ver pilotos da nova/velha guarda de voltas no asfalto. Entre eles, Jacques Villeneuve e Ukyo Katayama, o japa que consegui um autógrafo e fotos quando invadi pela primeira vez os boxes de Interlagos, em 1996.


NÃO PENSE, FAÇA! Estava analisando este comercial e pensei nos momentos futuros e cruciais (porque não dizer também positivos?) que o automobilismo deve passar em breve. Melhor dizendo serão eles, os pilotos, que terão de mostrar coragem para se garantir lá em cima.

MAIS MULHRES: Depois da separação que pode deixar Bernie Ecclestone mais pobre, mais uma da mulherada. Lembram-se do “Ios” (Jos) Verstappen, o holandês voador com torcida fiel? Pois é, o cara está enfrentando um processo criminal por suposta agressão e assédio em sua mulher Sophie, que, ironicamente, é ex-piloto de kart.

Isso tá me cheirando uma brincadeira sem graça, daquelas que mais parece jogo de vídeo-game, como Mário Kart. Até porque, uma das supostas ações de Verstappen para sua mulher foi irritante, furando os pneus do carro dela.

Por falar Mário Kart, vejam o que este humorista aprontou nas ruas lá da França.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

MULHERES NUAS SEM DINHEIRO NO BOLSO

PC Ver mulher pelada dentro do banheiro ficou démodé já há algum tempo. Principalmente porque elas estão aí por toda parte, em qualquer canal de tv, em qualquer lugar ou em qualquer travessa nas ruas que passamos. Então, torrar dinheiro na banca de jornal não é tão interessante como antigamente. Já ler as piadinhas e as entrevistas clássicas que a Playboy ainda deve trazer em suas páginas, talvez sobreviva algumas atenções.

Acontece que a revista que o mundo conhece está vendendo menos. E a filha do fundador deste império, a senhora Christie Hefner, vai deixar o comando da companhia no final de Janeiro.

O motivo é a perda de circulação, sofrendo com a concorrência do 'entretenimento adulto' em sites, alguns deles gratuitos. As ações da companhia perderam cerca de 80% do valor este ano, segundo a Reuters.

VELHOS TEMPOS SEXUAIS: Nas décadas de 80 e 90, quando muitas coisas ainda eram proibidas, como rasgar dinheiro em público (algo que os políticos fazem hoje em dia lá em Brasília, ou na nossa cara mesmo), o automobilismo passou por uma fase rica neste quesito sexo. Patrocinadores como a revista Penthouse renderam alguns cifrões para carros como Hesketh e Theodore. Este último também já dividiu patrocinadores como Cognac (Conhaque) Courvoisier.

Agora, pensem comigo: Quem vai deixar de fazer sexo um dia? Parar de fumar tudo bem, mas fazer amor, não dá. Então porque não correr atrás deste mercado em momentos de crise?

Só não vale o slogan “camisinha Jontex, das pistas para sua ... eu devia cobrar pelo que escrevo.

A Playboy também andou rápido, pelo menos até o ano passado na DTM Alemã, rendendo frutos e olhares estranhos do público entusiasmado nas arquibancadas. Mas não “vira” mais.
Em resumo, o mercado gera frutos e nunca vai parar. Basta os empresários entenderem isso. E o povo, também.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

NOMES QUE FAZEM A DIFERENÇA

Minha primeira coletiva de imprensa aconteceu em dezembro de 1996, no Hotel Intercontinental, quando o piloto Ricardo Rosset assinava seu contrato com a equipe Lola, que retornava a Fórmula 1 depois de alguns anos fora do mundial. E foi ali também que conheci Reginaldo Leme, antes de nos tornarmos colegas de profissão.

Quando a coletiva terminou, com uma tradução péssima da mulher que ficava ali naquela caixa de vidro acústica, o primeiro a chegar junto para uma exclusiva com Rosset foi Reginaldo, com aquela bomba na mão com a logomarca global. E a primeira pergunta foi saber do piloto o que o nome Lola representava para ele. Sinceramente não lembro o que ele respondeu, mas saquei o lance do Reginaldo. Afinal, entre uma marca e outra, existem as quais respondem a estrutura do automobilismo mundial. E a Lola faz parte da história das pistas, em qualquer circuito ou em qualquer campeonato que se preze.

Então decidi criar aqui uma nova série de reportagens, que também será dividida em partes como PELO MUNDO, divulgado no último dia 22 de novembro.

E neste primeiro “capítulo”, uma entrevista inédita (e exclusivíssima) com o Andrea Pontremoli, CEO da Dallara, a maior e mais importante fábrica de chassis para carros de corrida do mundo.

UM POUCO DE HISTÓRIA: Com licenciatura em engenharia aeronáutica, Paolo Dallara fundou sua primeira fábrica em 1972, na região de Varano Melegari, cidade próxima à Parma, Itália. Treze anos depois de iniciar sua carreira no mercado das quatro rodas, prestando serviços diretos para a Ferrari Maserati, Lamborghini, onde desenhou os modelos de sucesso Espada e Miura.

Sua primeira iniciativa dentro das pistas aconteceu com os modelos De Tomaso na Fórmula 2, em meados de 1961. Mas foi só em 1970 que o Senhor Dallara chegou na Fórmula 1, trabalhando com a mesma equipe, porém agora com propriedade de Frank Williams, que mais tarde colocaria no papel o modelo Marlboro Williams F1.

PROTÓTIPOS E FÓRMULA 3: Já com sua fábrica instalada, os primeiros produtos foram concebidos e aplaudidos por diversas categorias de protótipos. Mas foi em 1980 que a Dallara enfim pairou no poder, como primeira empresa na Itália a construir um túnel do vento com esteira rolante. Foi também o ano de fabricação do primeiro carro de Fórmula 3, vencendo o campeonato italiano.

A categoria ainda está ligada á Dallara nos quatro cantos do mundo, com o fornecimento de chassi para os campeonatos na França, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Japão, América do Sul (inclusive Brasil), Rússia, Áustria e também as provas clássicas de Mônaco, Macau e Zandvoort, especiais dentro dos calendários diversos da Fórmula 3.

Desde 1997, os chassis da marca competem também na Fórmula Indy, vencendo os campeonatos de 1998 a 2008, exceto em 2003, quando Scott Dixon sagrou-se campeão com o chassi Panoz em sua Chip Ganassi. - vale lembra que ainda nos Estados Unidos, desde 2001, a empresa também desenvolve os modelos da Indy Lights.

Já na Europa, todos os carros da GP2 começaram a ser trabalhados pela Dallara a partir de 2005, além dos modelos do World Series by Renault. E ambas têm seus contratos renovados até 2010.

NAS RUAS: A Dallara também colabora com algumas fabricantes de automóveis, incluindo Ferrari, Alfa Romeo, Maserati, Audi, Toyota, Honda e KTM, além da prestação de consultorias em design, pesquisa e produção.

“No que diz respeito à crise financeira mundial, ainda não fomos afetados, pois a empresa é financeiramente forte e tem laços em toda parte do mundo. E não só em categorias fórmula, mas também na divisão de carros de turismo, dando suporte para a Audi na DTM e Le Mans Series, além dos modelos Maserati MC12, a Alfa Romeo 8C e mais recentemente o KTM X-Bow”.

“Em última análise, talvez sejam cortados alguns patrocínios em categorias nas quais trabalhamos. Mas isso não deve gerar desequilíbrio em nossos trabalhos dentro das pistas”, diz Pontremoli. ”Parece simples, mas é difícil atingir este tipo de nível que temos, pois existem questões empresariais diferentes de categoria para categoria. Mas a empresa se esforça para fabricar carros que ganham, pois vencer corridas é o que a Dallara sabe fazer”, conclui.

“Como um bom exemplo de nossos recentes investimentos, inauguramos um novo túnel do vento com escala 60% no início deste ano aqui em Varano. E com a entrada desde ano passado do novo CEO Andréa Pontremoli, ex-presidente da IBM aqui na Itália, a empresa está feliz e certa de que em nosso futuro não existirá crise”. disse Nick Langley, relações públicas da empresa.

Perguntado sobre a proposta que Felipe Massa tem de criar uma nova categoria no Brasil veiculada á Fiat, o RP da Dallara ainda não têm informações sobre.

Atualmente, a marca italiana produz até 200 carros por ano com seus 170 colaboradores. Uma pequena gigante.

IRONIA HONDA: Vejam vocês. Em abril de 1998, a Dallara foi responsável pela concepção, desenvolvimento e fabricação de aerodinâmica da Honda na F1. Este carro foi testado no começo de 1999 e agradou muita gente. Mas em última instância, a Honda decidiu fornecer motores para alguns times em vez de correr como equipe própria. – Seria então diferente se topassem logo de cara o trabalho direto na categora?...

domingo, 7 de dezembro de 2008

SERÁ MESMO TUDO VERDADE?

PC Quando um piloto tira o pé do acelerador ao ver uma bandeira amarela de alerta pouco antes de uma curva cega, ele se assusta, diminui o ritmo e se prepara para ficar de olhos bem abertos para ver algum bloqueio quando o trecho termina.

E os primeiros a passarem pelo caminho parecem ter reduzido bem a velocidade das coisas. E de forma estranha, anunciaram aos que vêm atrás algum tipo de acidente feio pela frente.

Audi e Honda se pronunciaram com a freada brusca, e a retirada das marcas na AlMS e Fórmula 1, respectivamente, abalaram legal as estruturas de muita, muita gente que vive (ou sobrevive) das pistas.

Mas apesar disso tudo, surge uma pergunta: Será que os próximos estarão acreditando que os fatos oficialmente anunciados valem quanto pesa? Pois em um momento de crise, a facilidade de uma empresa recorrer a ela na desculpa de que a tal situação econômica mundial fora mesmo o fato da retirada de suas marcas de campo, fica exageradamente mais fácil.

Quando Nick Lauda se aposentou, após voltar a correr de Fórmula 1 depois do grave acidente que sofreu em Nurburgring, ele se aproveitou de uma pancada de chuva em Fuji para dizer que “a prova estava perigosa demais” com a pista molhada. O que, na verdade, era nada mais do que uma corrida comum sob chuva. Mas para sair assim, devagar, citando suas desculpas de que estava mesmo com medo e cansado daquilo tudo, ele se aproveitou inteligentemente do fato para ficar na história como herói e ídolo abafado de muita gente, inclusive dos brasileiros.

Não que Lauda fosse um piloto ruim. Aliás, pelo contrário. Mas que sua retirada foi inteligente, foi.

O que acontece com as montadoras neste momento é o cagaço de dizer a público e consumidores que defendem o escudo de suas marcas que eles estão mesmo fodidos. E o automobilismo, que sempre ficou em segundo plano, já que vender carros é (ou era) mais lucrativo, escapou de vez entre os interesses de Honda e Audi. E se querem saber, vêm mais por aí.

Acredito, coerentemente, que esta crise chegou em boa hora para dar uma chacoalhada em algumas coisas que merecem atenção. O dinheiro vivo, na minha opinião, não será tão valorizado quanto ainda é. E garotos que hoje sentam em suas carteiras escolares vão entender de vez que a administração financeira deve fazer parte de suas cabeças de vento.

Já para o automobilismo, quem sabe agora poderemos ter corridas de verdade, com mais arrojo e com pilotos filtrados no quesito qualidade, e não pagos por patrocínios futuramente secos.

Uma nova era, uma nova vida, um novo automobilismo. Eu, ao contrário de muita gente, estou feliz com a crise, apesar de não ter um centavo no bolso. Por outro lado, coisas novas e diferenciais farão a diferença daqui pra frente.

Notinhas:

Ferrari - No resumo da ópera, depois de tantas notícias sobre efeitos da tal crise, dá até para apostar alguns trocos no resultado final da temporada 2009 da Fórmula 1. Eu apostaria, se houvesse rentabilidade neste jogo durante a temporada, em Massa e Ferrari campeões. De olhos fechados.

Petrobrás – Com a saída da Honda, a Petrobrás está fora da Fórmula 1 em 2009. Não acho legal, pois a estatal brasileira poderia contribuir muito com o fator Brasil/Bio, pois acredito, como todas as outras pessoas de bom senso, que temos um futuro promissor com esta brincadeira aí.

E eles? – Pois é, e como fica agora o trio Bruno, Lucas e Rubens, treinados pela Honda semana passada? O que sabemos através das notícias é que Lucas DiGrassi pode correr de DTM ou Fórmula Indy. Senna, na minha opinião, deve ficar mais um ano na GP2 e Rubens deve voltar para o Brasil e curtir umas férias na praia.