sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

3X SAUBER

Tenho uma amiga que mora nas Suíça há pelo menos 22 anos. Ele conta histórias bem bacanas sobre automobilismo e sua experiência pessoal com Ayrton Senna um ano antes de sua morte.

No começo de 1993, o mesmo ano em que ela conheceu Senna na Hungria, fomos juntos assistir o GP Brasil aqui em Interlagos. Evidente que minha experiência foi incrível ao ver ele dar a volta por cima em uma prova praticamente perdida, ultrapassar Hill com uma aula de talento e sobreviver a tempestade que levei na cabeça sentado no setor descoberto do circuito.

Mas sem saber por que, uma coisa ficou cravada naquele fim de semana. Pra ser sincero, eu acabava de dar meus primeiros passos nesta coisa toda e não sabia nem mesmo quem era quem. Mas me chamou atenção um carro preto, sem patrocinador, com o símbolo da Mercedes-Benz na carenagem traseira. Também me chamou atenção aquele capacete amarelo do austríaco Karl Wendlinger que levava um coice por trás da inércia quando o carro começava a frear para a entrada da curva do lago.

Mas voltando a minha amiga, naqueles dias ela mencionou o nome de Peter Sauber, um tal suíço. Ali então entendi que a nova equipe era do país onde ela morava... Sei que isso não tem nada a ver, mas pensem: Quantos suíços entraram na Fórmula 1? Lembro de um piloto que correu no final dos anos 80 e outros poucos nomes que participaram da categoria. Mas ver uma equipe desta nacionalidade nascer, foi, não sei porque, interessante.

Mais interessante ainda é que ela (a equipe) e ele (o dono) voltaram. E com a mesma pergunta: Quem vai botar dinheiro ali? Só mudou a cor, do preto para o branco.

Marcas deixadas: O time contou com Raikkonnen, Massa, Villeneuve e outros nomes precisos. Contou também com a lembrança entre os piores acidentes da história da Fórmula 1 - Kubica em 2007 – quando os carros eram notados “fortes” BMW. Até que andaram, mas a marca não resistiu no bolso. Então Peter voltou.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PARINDO E INVESTINDO

Então... como nasce um carro de competição? Acho que, de certo modo, além da natureza revolucionária da tecnologia e da criação, nasce assim... na cabeça de alguém que põe lá toda a coisa na tela do computador.

Recebi os comunicados da Virgin Racing e de seu assessor Tracy Novak - um cara que há tempos troco algumas idéias – alguma coisa relevando a inédita forma em que o carro fora desenvolvido. Tudo muito virtual, como é também o simulador incrível que a equipe treina seus pilotos, mas que não houve, até agora, uma abertura para entrevistas com o criador.

O legal de tudo isso foi ver seu batismo na pista. Hoje, quinta-feira, o carro foi para o circuito pela primeira vez. Muitos fotógrafos, como podem ver na foto, e muita chamativa. Afinal de contas, o Richard, aquele camarada que nunca descansa, faz as coisas acontecerem pra valer.

A imagem me fez lembrar-se de uma matéria que tenho aqui em uma revista exclusiva da Toyota, quando o carro da ex equipe estreou o seu primeiro check-down.

Muito burburinho, a famosa frase “ele anda!” e nada mais. Morreu com o sonho de ser feliz na Fórmula 1.

Que a Virgin não me venha com essas de nadar, nadar e falecer tristemente. Até porque, como já disse algumas dezenas de vezes aqui neste blog que quase ninguém lê, fabricar competição não é para quem fabrica produtos, ou carros de rua. Cosworth, Dallara e Cia serão bem vindas de volta. E porque não uma Virgin só para temperar aquilo que mexe com a emoção de quem assiste?

Definitivamente o carro não chama as atenções. Mas acredito que nenhuma equipe será vista com tantos bons olhos investidores como esta aí. ----- QUEM SERÁ O ANÔNIMO? O leitor que deixou o comentário no post anterior tem razão... O acidente foi mesmo em Surfer´s Paradise.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ERRATA, MAS NEM TANTO

Confesso que há um motivo para tal correção para o post abaixo que cita a incoerência jornalística e fotográfica da mais recente edição da Revista Veja, incluindo o presidente Lula mais uma vez como vítima de um país onde a sociedade é a sujeira maior.

Eu poderia apenas corrigir o texto, mas prefiro traduzir de forma profissional que a foto de capa mostra o momento de seu desconforto antes de ser internado.

Em resumo, o fato desta impressão também me fez lembrar um escorregão incrível que uma produtora de games para PC promoveu há muito tempo atrás colocando um lançamento nas lojas com a capa de um jogo de corridas estampando o acidente de Christian Fittipaldi sofrera em Long Beach. E ele, o piloto, ficou puto da vida assim que viu o produto.

Ninguém é perfeito...

((a foto, inédita pra mim, mostra este mesmo acidente fotografado, acredito eu, das arquibancadas provisórias do circuito ensolarado. E neste momento, o brasileiro já havia decolado ao lado do guard-rail))

domingo, 31 de janeiro de 2010

NÃO VEJA

(Quem entende esta imagem, é, definitivamente, inteligente) É cada vez mais clara a colossal ignorância que a sociedade brasileira adquiriu com o comportamento capitalista dos últimos anos.

Há tempos eu não comprava uma edição da Revista VEJA, qual dentro de uma promoção onde a informação foi a chave para minha decisão (VEJA + O Estado de São Paulo por R$9,90), assumi e levei para casa o material lacrado após o pastel de feira deste domingo por volta de 07:00am.

Como jornalista, o olhar clínico é completamente outro perante um leitor comum. E a foto estampada na capa da mais importante revista semanal do país não me agradou. Afinal, com o título “Sob Pressão”, o presidente Lula parece tenso ou nervoso, com os olhos lacrimados e chamativos no papel.

A foto deve ter sido feita em algum momento extra político, mas fora evidentemente utilizada para uma capa altamente fora dos padrões quando o assunto é saúde.

Tanto faz se os leitores gostam ou não de seu presidente. Fato é que ele responde ao país e passou por um susto. Susto este deveria ser levado com um pouco mais de coerência através de mídias que deixaram pra lá aquilo que chamam de liberdade de expressão. Ou seja, ser livre, para alguns, é alimentar a ignorância de gente que pouco lê, mas olha para suas capas em bancas imundas pela cidade e aproveitam, dentro de ônibus lotados, para criticar mais uma vez aquele que nem sempre é o culpado.

Não estou aqui para defender, politicamente, o presidente Lula. Até porque, não defendo nenhum partido e sinceramente não gosto do assunto. Mas existem coisas tão desequilibradas no jornalismo “povão”, que até uma revista como esta não fará mais parte de meus interesses. Afinal, vender é mais importante que informar ou aplicar novos costumes à sociedade.