sábado, 8 de novembro de 2008

LULA COERENTE

Uma coisa que não gosto, nunca gostei e talvez nunca me envolva (a não ser que lavem muito bem minhas mãos) é política.

Não que entender as loucuras entre os chefes de estado ligados aos seus comparsas seja assim tão desinteressante. Afinal, é “lá encima” que as idéias acontecem. E sem elas, todos estariam, de fato, fodidos. Todos, quero dizer, eles. Porque sem o trâmite da enganação e panos quentes, não haveria como fugir.

“VOCÊ ATÉ PODE FUGIR, MAS NÃO TEM COMO SE ESCONDER” - Alerta para traficantes de heroína visto num quadro de avisos em Boulder, Colorado, EUA

Entrei nesta pauta para mencionar que li recentemente uma nota sobre uma pequena, porém importante palavra do presidente Lula, que durante inauguração da segunda casa de força da usina hidrelétrica de Tucuruí, Pará, disse que imprensa dá mais valor às notícias ruins do que para as boas. Ironicamente, o presidente estava se referindo a uma gafe que ele próprio cometeu durante outra visita que fizera a usina, jogando um papelzinho do bombom de cupuaçu em cima de ministros ou, não sei ao certo, no chão. Então a imprensa havia dado mais destaque a gafe do que a usina e a visita do próprio.

Acontece que a cada dia que ligo a TV quando chego no meu quarto, as mesmas baboseiras de sempre continuam ali e o povinho porco dando audiência para Datena e cia...

Não julgo os profissionais como Datena, por exemplo. Não julgo porque estão ali ganhando o pão e dane-se qual notícia será aplicada no ar. Ele faz o seu papel que é ser ator, como um bom e verdadeiro jornalista. Dane-se também se o pai matou a filha ou se encontraram uma menina estuprada e morta dentro de uma mala no aeroporto do Paraná. Afinal o mais importante é o povo ver, ficar triste, se chocar e dar audiência.

Como pode o Brasil – e o mundo – melhorar se a cada dia temos guardados a imagem de seqüestros, assassinatos e bombas explodindo a casa dez segundos por aí?

É por isso que assisto filmes e procuro ler para ser feliz. E a palavra de Sr. Luis Inácio tem extrema coerência.

SALÃO DO AUTOMÓVEL

Participei de apenas uma coletiva do presidente, durante a abertura oficial da primeira edição do Salão do Turismo, no Expo Center Norte. Lembro-me muito bem que mesmo com todo aparato de segurança revistando todos os jornalistas, minha mala foi deixada de lado por um dos seguranças que apenas olhou (sem tocar) um das divisões dela. Ou seja, se eu estivesse armado ou portando alguma coisa pesada e perigosa em algum outro bolso da mala, ninguém ia notar.

Digo isso porque durante minha cobertura no Salão Internacional do Automóvel deste ano foi exatamente no dia em que o presidente ia lá, dar sua palavra sobre o mercado automotivo no Brasil. Acontece que pudemos (eu e outros jornalistas) cobrir o salão somente durante meio turno, porque era preciso esvaziar cada centímetro do Anhembi para que a segurança do mesmo (ou melhor, parte da mesma segurança que deixou minha malinha solta naquele dia) pudesse analisar qualquer tipo de risco ao presidente.

Coisas brasileiras...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

MASSA CORPORATION Inc.

PC (surpreendeu...) Todo mundo já deve ter lido esta notícia de que Felipe Massa deve promover, organizar ou simplesmente negociar uma promessa que o Brasil – e todos nós – aguardamos ansiosos: Um novo campeonato brasileiro de categoria fórmula.

A idéia parece formatar duas novas categorias dentro da chamada Copa Fiat. A segunda, no caso, seria um certame de carros turismo modelo Linea.

Se esta nota for verdadeira, teremos mais uma vez o preenchimento de uma lacuna qual já estamos acostumados a ver. A primeira, pelo que lembro, foi quando a Fórmula Ford se retirou das pistas em 1996 com a entrada da Fórmula Chevrolet (que dividia as etapas com a Stock-Car). Nela, alguns pilotos que partiram para o exterior juram ter aprendido muitas coisas interessantes sobre como guiar um monoposto, entre eles o próprio Felipe.

Mas a dor maior aconteceu quando os investimentos da GM também foram extintos, antes de soltarem o anúncio de que outra categoria fórmula daria adeus ás pistas. Juro que nesta época, quando eu ainda engatinhava no quesito jornalístico, fiquei meio perdido e chateado com a falta de provas com carros de corrida “de verdade”, pois mesmo com a F3 SUDAM rolando entre Brasil e Argentina, não tínhamos os pegas entre ex-kartistas quais podíamos acompanhar a evolução depois de partirem para circuitos maiores.

Aí aparece a Renault com seu poder publicitário e supostamente feliz com a parceria de Pedro Paulo Diniz e cia para promover a famosa Fórmula Renault e a Copa Clio no Brasil. Carros bacanas, promoção ainda mais bacana e problemas que ficaram cravados na história do automobilismo brasileiro.

Depois de um certo tempo, a imagem da categoria e a do próprio Pedro Paulo ficou suja, com falatórios pesados sobre sua administração (e sobre seus amigos “confiáveis”) que contribuíram com a falência de mais uma categoria fórmula brasileira. -------- Lembro-me, inclusive, de uma coletiva mais ou menos chique dentro de um auditório bem bacana lá na sede do Banco Real da avenida Paulista, quando os promotores tentavam reorganizar as coisas trazendo para o país os novos chassis e carenagens desenvolvidos para a categoria, além da introdução da “Renault Scholarship” para pilotos recém formados pelo kart nacional. Acontece que o pessoal organizador não sabia responder ao menos como e quanto um piloto deveria pagar para entrar na categoria depois que ela fosse iniciada. E esta foi a minha pergunta na coletiva, com o dizer “boa pergunta...” mencionado por Pedro Paulo e sua turma.

Tomara, de verdade, que a suposta Copa Fiat venha para ficar.

PAI RICO, PAI POBRE - Felipe Massa está se mostrando melhor do que a encomenda. Primeiro amadureceu a idéia de uma prova de kart bastante aclamada lá em Floripa e deu certo (apesar das más línguas dizerem que aquilo tudo não passa de uma bela lavagem de dinheiro). Ao mesmo tempo em que fora desenvolvendo seu carisma com o público, amigos e com a própria Fórmula 1. Agora aparece aí com esta bomba superpositiva relacionada à chance de contribuir ainda mais com aqueles que vivem (ou sobrevivem) das pistas.

Para um garoto franzino que conheci lá atrás, no kart, e me fazia duvidar de sua própria masculinidade através daquela língua presa, estou surpreendido e feliz - de fato - com tudo isso.

MINHA PRIMEIRA VEZ – Ironicamente, minha primeira corrida de carro assistida ao lado de meu pai e meu primo André gorducho foi a Fórmula Uno (Fiat), nas arquibancadas de Interlagos em 1992. Debaixo de uma chuvinha chata e de um medo feroz daqueles aviões da esquadrilha da fumaça - que se apresentaram nos céus da zona sul antes da prova de domingo – injetei de uma única vez meu interesse por tudo isso. (((FOTO))

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O VERDADEIRO RACISTA

PC Está começando a ficar chato e irritante ler matérias onde a palavra racismo é pronunciada dentro das pautas automobilísticas que temos por aí. Ainda mais agora que um negro boa pinta foi eleito presidente dos “maiorais” e os falsos jornalistas começam a borbulhar nas páginas dos jornais a duvidosa competência dele no comando de um país. Digo “falsos jornalistas” porque mencionar a cor de alguém em um evento tão especial como uma eleição norte-americana na contra-partida de suas propostas eleitorais que deviam, isso sim e mais do que nunca, serem analisadas com cuidado, é ignorância pura.

Já nas pistas, ver pela primeira vez um piloto negro guiando um Fórmula 1 foi mesmo diferente. Mas diferente para a categoria, e não no quesito técnico – e humano – das coisas. Daí eu pergunto: O que tem a ver a cor da pele do cidadão com a extrema qualidade e competência que ele apresentou nas pistas até o momento? Porque alguns sites e jornais BRASILEIROS e internacionais reforçam a tese de racismo aqui e ali sobre tudo o que aconteceu durante o ano com Lewis Hamilton? (referências aos casos como no GP da Espanha).

Uma estampa nesta manhã me chamou atenção, mencionando que o pai do campeão mundial poderá aparar a carreira do filho antes da hora porque parece estar cansado de ouvir besteiras por aí. E o peso da balança parece ter sido as vais que rolaram após sua conquista do título em Interlagos.

De duas uma. Ou melhor, de três, uma: Ou Antony (pai do campeão) está ficando complexado e louco; ou Antony está querendo fazer o mundo ter dó dele e do filho, ou Antony não entendeu que o brasileiro ficaria mais feliz com o título de Massa. Por isso, naturalmente, aconteceram as vaias, quando até mesmo eu mandei ele à merda durante as seções de treinos livres na sexta-feira.

Mas o que tem a ver a cor do cara nesta história? Estamos falando de Fórmula 1, e não de socialismo ignorante como algumas pessoas insistem em destacar em suas páginas. Estes sim, os verdadeiros racistas.

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terça-feira, 4 de novembro de 2008

PARCERIA EXCLUSIVA VAI PREMIAR LEITORES

(Preciso falar de Barrichello...) Uma coisa que sempre tive desejo de promover aos meus leitores, muitos anos antes de começar este blog, era trazer o automobilismo mais perto de cada um deles. Afinal, nem sempre todo mundo que gosta da coisa tem grana para acompanha-la.

E nestes anos todos de jornalismo nas pistas até que consegui algumas coisas. Lembro-me quando em parceria com dois irmãos também jornalistas, formalizamos um site bem bacana onde alguns leitores acabaram por receber em casa camisas pólo e bonés de equipes da Fórmula 3 Sul Americana. Bastava então a galera mandar os melhores slogans para nós e, entre muitos, escolhemos aquele que premiou o vencedor. Uma brincadeira de bom gosto que levou pra perto de alguns simples leitores algo que nem sempre as equipes costumam fornecer. Algo mais próximo, novo e exclusivo. Nem mesmo o piloto (na época era o Marcelo Thomas, nosso contato) conseguia um uniforme bordado daquele.

Mas agora a intenção foi maior, e estou feliz pra caramba em anunciar que, mesmo com um blog simples como este, vou proclamar uma “brincadeira” mais do que especial com vocês.

Como funciona:

A cada postagem que eu colocar por aqui, haverá (ou não e nem todos os dias) a sigla PC, de “Postagem Chave”. Nelas, vou privilegiar o número de comentários que cada leitor deixar publicado.

Vamos fazer de conta que esta postagem aqui seja uma delas e o fulano José da Silva deixe seu comentário. Pronto, ele já tem um ponto!

A primeira fase da brincadeira termina em 20 de Janeiro de 2009, quando o leitor que deixar o maior número de comentários NAS POSTAGENS CHAVES, receberá em casa um livro especial da editora e produtora inglesa Haynes, uma das mais conceituadas em assuntos automobilísticos de todo o planeta.

Mas as coisas não param por aí. A cada prêmio (em média sairá um a cada 02 meses), o leitor vencedor estará automaticamente selecionado para finalíssima - uhuuu !! - promoção que presenteará um torcedor especial. Ele (sem acompanhante) vai estampar sua bunda, de graça, nas arquibancadas de Interlagos durante o GP Brasil de Fórmula 1 em 2009.

Não há limites de postagens no blog. Cada postagem valerá um ponto (exceto aquelas sem nexo, quais serão devidamente excluídas e avisadas ao seu dono).

Logo, fiquem atentos diariamente ao blog. E pratiquem comentários inteligentes, por favor! Pois se estas brincadeiras derem certo pra valer, veremos coisas maiores acontecendo em breve. Sem querer espalhar muita coisa, mas a coceira faz a gente contar alguns segredinhos... Vocês não acham que está na hora de criar algo DIFERENTE para o povo adorador das pistas? Algo assim, diferente de tudo? Então participem mais deste blog e ajudem! Porque logo mais algumas coisas vão falar mais alto. Eu prometo!


...precisava falar de Rubinho...
E este lance aí de que Rubens Barrichello subiu no palco da festa da Ferrari que rolou na DISCO depois do GP para debochar de Schumacher sobre o palco da casa? Bom, eu acredito sim que ele possa ter feito isso, sem maldade, é claro, e sem pensar.

E se isto aconteceu mesmo, foi só um lance infeliz do piloto que entrou com o pé esquerdo na categoria, lá em 1993, e continua na esquerdinha até hoje.

QUE DEMAIS!

Vale a pena ver este link aqui que peguei lá do blog do Flávio Gomes. Até porque, em uma Fórmula 1 mais amigável como a que vemos hoje, nada melhor do que descontrair e matar a saudade de ídolos como estes aí.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

AMBOS...

Quando perguntei a Felipe Massa na última quinta-feira se a Ferrari faz com que grandes pilotos - como ele - reduzam um pouco suas aceleradas, limitando sutilmente a gana e os abusos naturais daqueles que um dia querem chegar ao título mundial de Fórmula 1, ele pareceu não ter gostado muito, me cortando conforme recente postagem neste blog. Mas acredito que, sem querer me gabar, alguma coisa ficou marcada ali. E se ficou mesmo, ele entendeu direitinho o que eu queria dizer...


Escrever o que todo mundo já leu ou já ouviu sobre o que aconteceu em Interlagos seria jogar conversa fora por aqui. Então melhor mencionar olhares diferentes sobre este domingo fantástico e típico de GP Brasil, que voltou a dar graça de assistir uma prova automobilística com torcida e paixão ao esporte que o brasileiro precisava retomar sua força e interesse.

Agora que estou assistindo parte do pacote de dvd´s recém chegados da Inglaterra através da DUKE Productions - todos eles especiais sobre a Fórmula 1 da década de 70 - posso entender melhor o que é, verdadeiramente, uma competição automobilística. Porém atualmente temos mais elétrica do que mecânica, ao mesmo tempo em que, singularmente ontem, mais garra do que atenção ao rádio da equipe.

Sempre digo que o piloto gênio faz com que a equipe trabalhe por ele e não ele para a equipe. E isto, de forma rara e mais do que especial, aconteceu ontem com dois garotos que deveriam, levar juntos, a taça maior.

A chuva no início da prova fizera com que eu voltasse ao tempo (mesmo que de frente para a tv) ao GP de 1993, minha primeira experiência in-loco com a Fórmula 1. Pois naquelas arquibancadas do setor G de Interlagos, entre sol e chuva, pude ver de perto a prova de que o homem ainda é maior que a máquina. Mas a história daquela corrida todo mundo também já sabe. E aquilo que ocorreu ontem, empata mais uma vez esta visão.

A força mental de Lewis Hamilton, ousado e sempre muito rápido, temperado com um garoto brasileiro extremamente amigo, correto e constante, trouxe aos olhos do mundo todo uma corrida verdadeiramente pura no quesito automobilístico.

Em resumo, o que faltava mesmo para a Fórmula 1 voltar a acender os interesses gerais de um mundo sem graça era uma boa administração entre equilíbrio técnico. Mais do que isto, uma turma de “caras” que fazem tudo aquilo por puro prazer.

Terminou. E terminou bem. Difícil inclusive de aceitar este fim com bom senso e certeza de que ambos fizeram um trabalho bem feito. Mas esta segunda-feira está mais feliz. E o brasileiro almoçou hoje, depois de tantos anos, falando sobre os resultados de pista.

Fato chato

Li agora pouco o Estado de São Paulo de sexta-feira. E no conteúdo das páginas, uma coisa chata e irritante sobre a imprensa inglesa que, como de costume, falou mal pra cacete sobre coisas comuns de um GP brasileiro. Bom... se isto foi pressão ou simples falta de bom senso dos ingleses, danem-se.

Interlagos é mesmo um lixo e São Paulo também, que recebe milhões de Reais em poucos dias para governantes da cidade ficarem rindo à toa nos paddocks da vida. Acontece que, ao invés dos europeus entenderem que o circuito paulista é singular e promove um espetáculo com sua torcida verdadeiramente contente e diferente de tudo aquilo que a Fórmula 1 vê em outros circuitos, eles preferem falar mal e ironizar aquilo que podem. Eles deviam fazer mais amor com suas esposas e ficarem calados quando falar demais estraga.

Não que quatro horas dentro de um ônibus no caminho de volta Interlagos até a Vila Prudente tenha sido confortável, é verdade. Mas Interlagos é Interlagos, São Paulo é São Paulo e ponto final. Um dia melhora, pois o brasileiro é positivo, já que fazem mais maor do que os gelados europeus.