sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

TRANSMISSÕES SILVIO ESTRANHAS

SP - Lendo uma revista nacional das antigas que recolhi recentemente em meus arquivos, senti a força - depois de tantos anos - que a Indy-Car tinha na visão dos brasileiros comuns e populares que podiam acompanhar, nas tardes de domingo, uma etapa da categoria antes de dizer adeus para mais um final de semana.

Não sei ao certo como foi que aconteceu o acordo de Silvio Santos com as transmissões da Indy no SBT em meados de 1996/1997, com direito aos especiais da Indy Lights nas noites do próprio domingo, apresentando Kanaan e Helinho correndo juntos pela Marlboro Brazilian Team. Nomes como Tasman e outras equipes falidas eram verdadeiramente comuns para uma fatia maior do que acontece hoje em dia na mente da grande massa. Ou seja, daqueles que assistem TV.

Lembro que nesta época, quando eu ainda caminhava sutilmente no hall das pistas, tinha lá meus acessos cabulosos e tensos sem credenciamento correspondente ao evento que “invadia”. Mas lembro também que meu interesse pela Fórmula Indy (ou tantos outros nomes inventados depois que a mesma deixou de correr em Indianápolis), chegou a ser maior que qualquer outra categoria, dentro de uma estabilidade competitiva que fascinava.

De lá pra cá, muitas coisas aconteceram para melhor e minha função segura de jornalista profissional me engrenou pra dentro dessa aventura de forma violenta e eficaz. Mas, nostalgicamente falando, enquanto existe tempo de ler alguma coisa diferente antes que as provas comecem de verdade, dá saudade de ter mais de um canal aberto promovendo transmissões como era a da Indy, na voz de Téo José e companhia.

Na Bandeirantes, este ano, será mais uma vez interessante para todo mundo assistir a temporada da IRL, que espanta o tédio de domingo com um automobilismo realmente fantástico. Mas fazer acontecer uma transmissão ridiculamente interessante e ás vezes cômica, como era no SBT, talvez seja impossível. Dá saudades...

ACESSE O BLOG E CONCORRA A PRÊMIOS EXCLUSIVOS !! VEJA COMO AQUI

PRÉ-MALHAÇÃO

SP (têm hífen?)... Na virada de 1993 para 1994, quando a Fórmula 1 decidiu mudar tudo para deixar a categoria mais chamativa e regular perante o trêmulo e verdadeiro contraste entre grandes times e aqueles que tentavam sobreviver por ali, distantes o suficiente de suspensões ativas, deu no que deu. Lembro que, além das mortes violentas e sombrias de frente as câmeras de TV, demorou muito para que a maioria dos circuitos ficasse, enfim, moldados para um novo modelo de pilotagem. Inicialmente o interesse foi agregar maior pré-disposição dos pilotos, para depois - anos mais tarde - descobrirem que deixar o carro fazer quase tudo sozinho seria a solução mais segura.

Para quem já leu A "Semente da Vitória", de Nuno Cobra, entende que malhar, na opinião do autor, é doer onde não deve e sofrer com o esforço. Diferente do movimento comum entre exercícios físicos quais ele apresenta com maestria em um material que todo mundo devia ter. E agora que estamos quase chegando ao início definitivo da temporada 2009 com crise asmática (se não fosse financeira) e mudanças literalmente interessantes para um novo “ar” no quesito competição, dá para enxergar a verdadeira malhação acontecendo neste início de pré-temporada lá na Espanha.

Primeiro porque, como as mudanças foram para todos, muita coisa pode acontecer. Diferentemente do que rolou na década passada, com o corte de algumas tecnologias singulares que só alguns times ofereciam, agora as novas regras já mostram diferenciais de “braço” e inteligência em treinos que podem, neste momento, valer mais que uma vitória. Já que sentar no carro pra valer com um contrato bem assinado está cada vez mais difícil e peneirado.

As grandes continuam com os bolsos cheios e não querem afundar assim, de uma hora para outra, como aconteceu com a desculpa esfarrapada da Honda no ano passado. Até porque, virar motivo de piada no "vai ou não vai" que agora rola com o nome da japonesa em vão, não deve ser assim tão legal. Mas que as análises destes primeiros momentos de 2009 estão interessantes, é fato.

Além de braço, será preciso usar a cabeça com o KERS em andamento, apertando o botãozinho nas horas certas e administrar com paciência de Buda a palavra do engenheiro ou “colaborador direto” do piloto mencionando pelo rádio quando e porque ele deverá – ou não – usufruir do negócio.

Claro que o trabalho dos times é e sempre foi fundamental no automobilismo. Mas sempre defendi que o piloto é quem deve determinar as melhores opções e ser inteligente o suficiente para administrar sua sobra de energia, literalmente dita com esta novidade.

Nos papéis, ainda tem gente malhando. E devem continuar neste ritmo por um bom tempo depois do anúncio liberal para os tais difusores que Toyota e Williams desenharam em seus novos carros. E se eles andarem mais do que teoricamente prometem, a malhação para integrar o mesmo desenho em outros times vai ser acelerada, se é que já não começaram a botar as coisas no papel ou na forma.

Particularmente adoro este momento de ansiedade, mesmo sabendo que não dá para confiar em tudo que acontece ali na Espanha. Já que conspiração mentirosa é o que mais têm dentro de um circo onde quem tira dinheiro da carteira são unicamente os espectadores.

São Sebastião - O prodígio Sebastien Buemi é a carta escondida na manga. Mesmo que não faça nada demais neste seu primeiro ano como piloto titular na categoria, o rapaz já fez o seu nome andando mais rápido nestes últimos dias, como em tantos outros treinos assustadores no final do ano passado. E estrear na brincadeira, com a famosa calmaria de “primeiro ano no circo”, não faz mais parte da Fórmula 1. Vettel, outro “Sebastião”, é prova disso, além da surpresa que a Toro Rosso vêm desvendando nesta semana de testes lá em Jerez, com Sebastian Bourdais andando forte na frente da turma sob pressão. Este sim, coitado, foi abençoado com uma vaga que sabe lá quem bancou, pois foi mais um excelente piloto que, da Indy pra Fórmula 1, sofreu com muita, muita malhação.

ACESSE O BLOG E CONCORRA A PRÊMIOS EXCLUSIVOS !! VEJA COMO AQUI

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

INCOERÊNCIA EM INTERLAGOS

Com a pauta nas mãos e intuito de promover uma matéria especial envolvendo as categorias nacionais “dentro” da suposta crise que aí está, entrei em contato com a assessoria de imprensa responsável pelo Trofeo Maserati a fim de cobrir a etapa inicial da temporada 2009 que rolou neste domingo em Interlagos.

Depois de tudo certo e credenciamento confirmado, fui informado que havia de retirar esta lá no autódromo, sexta-feira, sem falta. Um procedimento comum não fosse minha ausência na capital durante uma rápida viagem de bate-volta para o sul do país.

Então mencionei a eles que estaria no circuito somente no domingo - dia da prova - qual poderia, com bom senso, recolher o credenciamento nem que fosse pelo portão de acesso a área de boxes (procedimento também comum quando não houve tempo ou disponibilidade de assumir outros tantos credenciamentos em diversas etapas de outras categorias quais trabalho há pelo menos 12 anos).

O resumo da ópera foi que, com o maior e melhor interesse de agregar uma matéria especial para vocês leitores, acabei não me deslocando para o circuito, após ler um “infelizmente não podemos fazer nada por você”.


Notas obrigatórias


1- Não julgo a assessoria de imprensa responsável, que mais uma vez baixou a cabeça para uma política cada vez mais tosca que o esporte nacional assiste crescer e desiludir alguns interesses coerentes.

2- Será que uma categoria onde empresários estranhos e mal conhecidos pelo público (a não ser pelos primos, filhos e amigos) que disputam cada freada em um final de semana feliz não merece mais uma mídia depois que uma marca de cerveja bancou a transmissão das provas na TV?

3- Me pergunto: Porque então me preocupar com o automobilismo nacional, já que a massa de patrocinadores que este blog têm são estrangeiros e EXCLUSIVOS? Aliás, a categoria foi "importada" da Itália, país que cedeu, com muita atenção e cuidados, matérias especiais neste blog, como nossas entrevistas com o CEO das equipes Durango e Minardi.

4- Crise? O que é crise, afinal, para quem não quer aparecer de graça aos olhos de quem realmente gosta de corridas de carro?

5- Troquei meu domingo por uma mesa de cervejas bem geladas com os amigos. E juro que nenhuma delas era Itaipava.


Dá para ter orgulho?