Até mesmo os jornalistas mais experientes ficaram um pouco intrigados com as palavras e a postura do piloto brasileiro que acompanho desde o kart (ele é o terceiro a entrar na categoria mor do automobilismo depois de Massa e Nelsinho Piquet, que também presenciei os primeiros passos entre um kartódromo e outro em tempos estranhos).
Lucas foi firme, claro e transparente em respeito ao time e a sua própria vida. Mas também me fez lembrar pessoas que em outras profissões comuns, assumem a chance com os pés no chão. Em resumo, Lucas está mais foda do nunca e parece estrear na equipe certa. Aliás, pelo que ando conversando com os assessores da equipe Virgin, o loiro velho Richard Branson é daqueles caras que fazem acontecer. E pelo estilo invejoso do empresário e adorador daquilo tudo que chamamos de estranho (ou irreal demais pra ser verdade), o cara conta com um brazuca que vai dar o que falar. Mas repito, com os pés no chão.
Opa... fugi do título. Então houve um momento “técnico” durante a coletiva dos xampus (depois explico isso) quando Lucas começou a responder uma das perguntas feitas a ele. E nesta hora, deu pra sacar que as mudanças na categoria para o ano que começa amanhã favorecerá mais a estratégia competente do piloto do que a equipe. E isso começa com a nova distribuição de peso nos carros de tanque cheio.
Segundo Lucas, as máquinas terão rodas dianteiras levemente mais finas do que as traseiras, possibilitando melhor equilíbrio para segurar o tanque maior atrás. Não sei não... O levemente deve mesmo ser bem levemente mesmo, pois no meu ponto de vista, os engenheiros já sabem muito bem lidar com isto. Porém de qualquer forma, existe a lei da física com o peso do bagulho. Ou seja, quanto mais andar, o carro ficará, como sempre, mais leve. O no final de uma prova, bem mais leve do que aquele que iniciou a classificação de sábado. Isto, segundo o brasileiro, exigirá do piloto a competência individual nas trocas de marchas em cada curva do circuito, como entrar em um hairpin no sábado em 2ª e no final da prova do domingo em 3ª. Muito interessante, já que o acontece com a Fórmula 1 atual é a procura da estabilidade na performance dos carros, sem perda ou ganho ultra progressivos para garantia dos pontos.
Vale lembrar também que nada é novidade neste quesito, pois antes de reabastecimento ser sugerido, as coisas já eram assim. Só não pensaram, na época, que um bando de gordos velhos teria assim a chance de quase pilotar o carro no lugar dos caras de verdade, ou seja, os pilotos.
Faltaria apenas o cambio manual, mas acho que de alguma maneira, a F1 terá mais aplausos e audiência neste ano que começa.