PC (Lembram deste filme?...) Não deve ser fácil trabalhar em uma multinacional de prestígio, ter um salário razoável para sobreviver e saber que, da noite para o dia, ela decide demitir 40% de sua mão de obra. Mas também não deve ser fácil administrar uma montadora de veículos que, além de não contar com modelos populares em sua linha de produção, carrega nas costas o peso das vibrações tenebrosas da uma economia instável e, antes disso, a onda de que não há, de fato, mais lugar para tantos automóveis como antigamente.
A porca manifestação que aconteceu dias atrás em Barcelona tem lá sua coerência perante a preocupação do povo com o desemprego. Mas pergunto: que culpa tem a fábrica?
Acontece que a Nissan, uma das mais renomadas marcas não apenas nas ruas, mas também nas pistas, está afundando. Não só ela como outras quais prefiro não mencionar aqui.
E apesar de todo este barulho, quem pode sair ganhando (caso tenha alguém inteligente por ali) é o automobilismo. eu devia cobrar por escrever isto...
Há um best seller que todo mundo já deve ter ouvido falar chamado Pai Rico, Pai Pobre. E o sucesso deste livro foi tamanho que promoveu a publicação de outros títulos com a mesma linha de inteligência financeira, onde pra tudo tem um jeito.
Então vamos ao passo a passo da história de uma montadora de veículos: Primeiro houve um crescimento colossal na fabricação de carros porque todo mundo queria um, porque o produto seria “fundamental” para a humanidade e porque carro é carro. Depois, com os impostos engrenados cada vez mais nítidos nas peças de reposição e tudo mais, nasceu o interesse de vender os modelos usados para aquisição de um novo veículo.
Os tempos foram passando e então nasceram os esportivos, os mais caros, as marcas, a elegância de ter, ou não, um automóvel de “grife”, entre outras “normas” para um motorista comum.
Regra número 1: Pense antes de agir --- Não pensaram. E o mundo só se deu conta de que não havia mais onde construir novos viadutos depois de entupir as cidades de... carros.
Regra número 2: Sobrevivência --- Também não pensaram e o colapso saúde x escapamento acontece em todas as grandes cidades do mundo, além é claro da detonação quase completa de nossa queria amiga camada de ozônio.
Regra número 3: Até quando? --- Enfim, chegamos nesta fase. E a sacada para o automobilismo se dar bem é ter as marcas transferindo suas competências de produto para as pistas, e deixando nas mãos de engenheiros que não gostam muito de barulho de motores a sacada de promover, cada vez mais, carros silenciosos, pequenos e corretamente ecológicos nas ruas. Como o RiN, da Toyota (foto).
O automobilismo veicularia muito mais público que, de fato, assistiriam carros correndo não apenas pela vitória, mas em competiçoes literalmente multimarcas pelo mundo afora.
Silêncio, espaço e consciência verde nas ruas. Carros de verdade, só nas pistas. Um sonho que infelizmente o dinheiro não vai deixar acontecer.
Adendo: A americana General Motors e a espanhola Seat também anunciaram cortes em sua folha de pagamento na Espanha por causa da crise. (Folha Online)