sábado, 18 de abril de 2009

PIT-STOP COM LUCAS DI GRASSI

No evento da Porsche mencionado abaixo, re-encontrei diversos seres estranhos, conheci gente que precisava conhecer e, depois de pelo menos quatro anos, conversei novamente com Lucas di Grassi.

Hoje seu nome é mais notado aqui e em qualquer lugar, mas conheci aquele rapaz pequenininho e me lembro, ainda, de receber um press-release de sua ex-assessoria quando o garoto virou homem e tirou sua carteira de motorista quando já tinha licença para pilotar. Fato comum...

Assim que chegou ao autódromo, Lucas permaneceu “na dele” e encarou os amigos com muito bom senso. Mas sua fisionomia continua a mesma, ou seja, sempre sério. Muito sério. O que remete o lado focado que ele têm, ou menos acho, de sobra.

Percebi isso há anos atrás quando em uma coletiva de imprensa, também em Interlagos, sua menção “pra variar” foi irônica, porém profissional ao comentar mais uma prova da extinta Fórmula Renault. Danilo Dirani, campeão da categoria naquele ano, disputou o título com Di Grassi, e mesmo ao seu lado na mesa de entrevista, ficou calado ao ouvir o tal “pra variar, Dirani venceu de novo... fazer o que?”

Se ele não mudou muito, ele têm uma característica nobre em pilotos (ou qualquer outro ser) que sabem decidir e agir sobre aquilo que querem. Ele é aquele cara que aceita perder, mas não quer ser mais um.

Sua última derrota, ao lado de Senna, foi ver a interrupção da estrutura Honda na Fórmula 1 para a venda “milionária” (1 Libra) da equipe para as mãos de Ross Brawn. Bruno, como já era de se esperar, foi motivo de alarme em todos os jornais, evidentemente. Di Grassi também foi citado, mas em notas leves e quase sem importância, o que deve ter facilitado sua calmaria e coerência na hora de assinar com a equipe e categoria certa.

Assim preferiu ficar onde estava, na GP2 e “ver como as coisas vão acontecer daqui a diante”, segundo suas próprias palavras conversadas hoje lá em Interlagos.

Lucas recebeu outras propostas quais nem eu e talvez nem você sabia. Sem citar nomes de times, disse com muita clareza que recebera três convites para acelerar na Indy, e de graça, sem a necessidade de empurrar um patrocinador estranho por ali, algo que, entre uma pergunta e outra, mencionou explicitamente que no Brasil não há, mesmo, patrocinador real para um piloto que quer "chegar lá", além de assumir que toda sua carreira foi mesmo bancada pela Renault, já que o brasileiro fazia parte do programa de pilotos "incentivados" pela marca francesa.

Fato é que existem sim patrocinadores que podem bancar ele e tantos outros lá fora. Mas ninguém acredita, ninguém entra de peito aberto e ninguém mais assume a coragem de ser diferente e invadir seu potencial no mercado exterior... Afinal, brasileiro é aquele que não desiste nunca, pois mesmo sem um tostão no bolso, cerra um gole de cerveja do “camarada” ao lado no boteco próximo de casa e ainda diz que é feliz pra cacete.

Um conselho, Lucas? Fique onde está e acelere como sempre acelerou.

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