ESPECIAL MATRA - Saudades de um tempo estranho... Um simples e-mail encaminhado meses atrás deu início a uma das mais completas matérias especiais que vocês poderão conferir aqui no RACE CARS AND MUCH MORE. Em meados de Dezembro do ano passado, entrei em contato com um rapaz chamado Lennart, um europeu de conteúdo útil para quem se lembra e têm saudades da Matra, marca que selou sua imagem na Fórmula 1 nas décadas de 60 e 70. E ele, por si próprio, abriu um leque de informações pessoais que compartilho com vocês abaixo.
SP - Quando ainda morava na Dinamarca, Lennart Sorth viu seu pai comprar alguns carros da marca Simca, qual na época (década de 70) a fabricante estava formatando um desempenho bastante interessante nas pistas européias, colocando seus carros nas categorias de base e turismo com o nome de Matra-Simca.
O rapaz era só um adolescente quando começou a pesquisar sobre as vitórias que o pai mencionava, testemunhando em livros e revistas a valentia da Matra em LeMans nos anos de 1972, 73 e 74. Daí surgiu a idéia de criar ao lado de seu “velho” um carro customizado entre aqueles que via na garagem de casa, contatando alguns fornecedores e vendedores de peças usadas, a fim de ver montado um Matra de alto desempenho.
Porém Lennart menciona com firmeza que apesar deste interesse adolescente, os carros originais Matra merecem muito mais respeito e imagem do que de fato aconteceu, pois a fabricação deles se igualava com as soluções tecnológicas da época, além do conforto bastante singular que os carros tinham em comum. Mas como as taxas de importação e impostos gritantes eram elevados na Dinamarca, Lennart aguardou o tempo passar e se mudou para o Reino Unido em 1995, quando conseguiu adquirir um modelo da série Bagheera II através de um investimento duradouro, segundo o próprio.
A paixão pela marca tomava forma mais séria desta vez, até o dia em que o próprio conseguiu chegar até o presidente do Matra Clube UK (Roy Guillard), qual apresentou a ele o modelo Murena, carro que ele nunca havia visto de perto devido aos problemas com a importação de automóvel para seu país de origem. A aquisição de um exemplar foi só uma questão de tempo.
Desde a explosão da Internet no final da década de 80, Lennart pesquisava mais e mais sobre a marca, porém sem sucesso no conteúdo eletrônico, além de um distrito húngaro de vinícolas e uma transportadora de caminhão aqui no Brasil com o mesmo nome marca. Foi quando, então depois de mais alguns anos pela frente, pintou a idéia de desenvolver seu próprio site, o matrasport.dk, que está formatado em inglês (e não em dinamarquês) a fim de globalizar suas informações atualizadas ano após ano para que todos possam ter acesso e informações mais fáceis.
Ali, Lennart descobriu proprietários de carros Matra por todo o mundo. Países como Japão, Havaí, Austrália e outros espalhados pela América do Sul fazem parte de seu “clube” de leitores que visitam sua página na web.
O orgulho máximo que Lennart mencionou neste e-mail foi quando conheceu pessoalmente o ex-piloto e hoje dono e chefe de equipe Henry Pescarolo, durante uma prova em Lemans em 1997. Pescarolo, segundo ele, conhecia seu website e parabenizou o rapaz pela iniciativa de não deixar a marca esquecida daqueles que acompanharam sua existência dentro e fora das pistas.
O site ainda é simples, pois segundo ele, foi inicialmente trabalhado para um arquivo de informações pessoais sobre a marca que aprendeu a admirar, sem patrocinadores ou coisas do tipo.
Em 2004, com o acréscimo de um fórum no endereço conta hoje com mais de 500 sócios, a maioria ativos nas discussões sobre a marca, quais incluem até mesmo a compra e venda de alguns modelos.
MARCO: Apesar do título na Fórmula 1 em 1969, o momento mais importante da marca para Lennart aconteceu um ano antes, em Nurburgring, quando Jackie Stewart cruzou a linha de chegada em primeiro lugar com quatro minutos de vantagem na frente de Graham Hill (veja no YouTube) LINK http://www.youtube.com/watch?v=gSRdTqqVxmw
De acordo com o próprio Stewart, provavelmente por causa do envolvimento de Matra no setor aeroespacial, o pessoal tinha projetado um chassi superior aos demais carros, além de ser mais fácil para dirigir.
Outro fato interessante das primeiras aventuras Matra na Fórmula 1 foi estrear no mundial um carro de Fórmula 2 adaptado, em uma época que Fórmula 1 e tantos outros esportes eram, de fato, esportes.
Alguns modelos Matra na categoria tiveram suas frentes mais altas, com visual estranho e “nariz empinado”. O motivo para o desenho deles era simples: melhorar a entrada de ar e respiração do radiador depois de um projeto fracassado.
Anos mais tarde, entre os anos de 1997 ou 1998, a Ferrari colaborou com esta tradição, errando feio no projeto do carro vermelho e obrigando Michael Schumacher e seu companheiro Eddie Irvine tombarem suas cabeças nas retas para fazer com que o ar entrasse livre, leve e solto pra dentro do motor.
O passo a passo Matra nas pistas:
O rapaz era só um adolescente quando começou a pesquisar sobre as vitórias que o pai mencionava, testemunhando em livros e revistas a valentia da Matra em LeMans nos anos de 1972, 73 e 74. Daí surgiu a idéia de criar ao lado de seu “velho” um carro customizado entre aqueles que via na garagem de casa, contatando alguns fornecedores e vendedores de peças usadas, a fim de ver montado um Matra de alto desempenho.
Porém Lennart menciona com firmeza que apesar deste interesse adolescente, os carros originais Matra merecem muito mais respeito e imagem do que de fato aconteceu, pois a fabricação deles se igualava com as soluções tecnológicas da época, além do conforto bastante singular que os carros tinham em comum. Mas como as taxas de importação e impostos gritantes eram elevados na Dinamarca, Lennart aguardou o tempo passar e se mudou para o Reino Unido em 1995, quando conseguiu adquirir um modelo da série Bagheera II através de um investimento duradouro, segundo o próprio.
A paixão pela marca tomava forma mais séria desta vez, até o dia em que o próprio conseguiu chegar até o presidente do Matra Clube UK (Roy Guillard), qual apresentou a ele o modelo Murena, carro que ele nunca havia visto de perto devido aos problemas com a importação de automóvel para seu país de origem. A aquisição de um exemplar foi só uma questão de tempo.
Desde a explosão da Internet no final da década de 80, Lennart pesquisava mais e mais sobre a marca, porém sem sucesso no conteúdo eletrônico, além de um distrito húngaro de vinícolas e uma transportadora de caminhão aqui no Brasil com o mesmo nome marca. Foi quando, então depois de mais alguns anos pela frente, pintou a idéia de desenvolver seu próprio site, o matrasport.dk, que está formatado em inglês (e não em dinamarquês) a fim de globalizar suas informações atualizadas ano após ano para que todos possam ter acesso e informações mais fáceis.
Ali, Lennart descobriu proprietários de carros Matra por todo o mundo. Países como Japão, Havaí, Austrália e outros espalhados pela América do Sul fazem parte de seu “clube” de leitores que visitam sua página na web.
O orgulho máximo que Lennart mencionou neste e-mail foi quando conheceu pessoalmente o ex-piloto e hoje dono e chefe de equipe Henry Pescarolo, durante uma prova em Lemans em 1997. Pescarolo, segundo ele, conhecia seu website e parabenizou o rapaz pela iniciativa de não deixar a marca esquecida daqueles que acompanharam sua existência dentro e fora das pistas.
O site ainda é simples, pois segundo ele, foi inicialmente trabalhado para um arquivo de informações pessoais sobre a marca que aprendeu a admirar, sem patrocinadores ou coisas do tipo.
Em 2004, com o acréscimo de um fórum no endereço conta hoje com mais de 500 sócios, a maioria ativos nas discussões sobre a marca, quais incluem até mesmo a compra e venda de alguns modelos.
MARCO: Apesar do título na Fórmula 1 em 1969, o momento mais importante da marca para Lennart aconteceu um ano antes, em Nurburgring, quando Jackie Stewart cruzou a linha de chegada em primeiro lugar com quatro minutos de vantagem na frente de Graham Hill (veja no YouTube) LINK http://www.youtube.com/watch?v=gSRdTqqVxmw
De acordo com o próprio Stewart, provavelmente por causa do envolvimento de Matra no setor aeroespacial, o pessoal tinha projetado um chassi superior aos demais carros, além de ser mais fácil para dirigir.
Outro fato interessante das primeiras aventuras Matra na Fórmula 1 foi estrear no mundial um carro de Fórmula 2 adaptado, em uma época que Fórmula 1 e tantos outros esportes eram, de fato, esportes.
Alguns modelos Matra na categoria tiveram suas frentes mais altas, com visual estranho e “nariz empinado”. O motivo para o desenho deles era simples: melhorar a entrada de ar e respiração do radiador depois de um projeto fracassado.
Anos mais tarde, entre os anos de 1997 ou 1998, a Ferrari colaborou com esta tradição, errando feio no projeto do carro vermelho e obrigando Michael Schumacher e seu companheiro Eddie Irvine tombarem suas cabeças nas retas para fazer com que o ar entrasse livre, leve e solto pra dentro do motor.
O passo a passo Matra nas pistas:
FÓRMULA 1
1968 – O nome Matra entra F1 através de Ken Tyrrell. Jackie Stewart foi o piloto empurrado pelo modelo V12 Cosworth terminando em segundo lugar o mundial daquele ano.
1969 – A equipe decide retirar a versão de 12 cilindros das pistas e Jackie Stewart vence campeonato com 6 vitórias no controle do Tyrrell MS8o. /// 1970 - Até aquele momento, a equipe trabalhava com um carro híbrido e motores Cosworth DFV V8, que dominavam o panorama internacional. Em paralelo, a Matra já estava trabalhando seu desenvolvimento de carro próprio para a Fórmula 1 com seu motor V12, já muito bem testado nas competições de protótipos quais participava.
Mas conforme os primeiros testes foram acontecendo nas mãos de Stewart, a reação do piloto escocês era cada vez mais decepcionante, dizendo à equipe que o motor 12 cilindros era inferior ao Cosworth V8. Ken Tyrrell seguiu o conselho do seu piloto, decidindo assim comprar um chassis March para a temporada de 1970, preparando-se para a aventura de construir o seu próprio chassis logo depois.
Mas conforme os primeiros testes foram acontecendo nas mãos de Stewart, a reação do piloto escocês era cada vez mais decepcionante, dizendo à equipe que o motor 12 cilindros era inferior ao Cosworth V8. Ken Tyrrell seguiu o conselho do seu piloto, decidindo assim comprar um chassis March para a temporada de 1970, preparando-se para a aventura de construir o seu próprio chassis logo depois.
Entretanto, a Matra, que havia optado por não correr com o seu próprio nome em 1969, decidiu voltar em 1970, construindo o seu carro e implantando o teimoso motor V12 atrás dele. Assim nasceu o Matra MS120, desenhado por Bernard Boyer e baseado no modelo MS80, vencedor no ano anterior do qual se aproveitava o triângulo da suspensão.
Construído em monocoque de alumínio, tinha no motor a estrutura inclinação de 60 graus e uma potência de 430 cavalos a 11.300 rotações por minuto. Essa combinação tornava-o o mais barulhento e potente motor da época.
Construído em monocoque de alumínio, tinha no motor a estrutura inclinação de 60 graus e uma potência de 430 cavalos a 11.300 rotações por minuto. Essa combinação tornava-o o mais barulhento e potente motor da época.
Os pilotos que assumiram a máquina foram J-P. Beltoise e H. Pescarolo, colocando o time na terceira posição do campeonato.1971 – Quase uma reprise do ano anterior, porém agora com um novo piloto: Cris Amon. 1972 - A Matra mantém C. Amon e mais ninguém. Agora com um só carro na competição, apesar de concluir em terceiro lugar no campeonato, a equipe já dava sinais de estabilidade negativa, encerrando assim sua história na categoria mor.
ESPORTE PROTÓTIPOS
Entre os anos de 1966 (estréia) e 1971, a marca passou por altos e baixos, contando com um forte acidente em LeMans em 1968 e a primeira vitória em prova de longa duração, os 1000 klm de Buenos Aires.O auge: 1972, 1973 e 1974 foram os anos em que a equipe Matra disparou os olhares críticos, vencendo a 24 Horas de LeMans, além da conquista do título mundial de Carros Esporte em 73 e 74.
Em dez anos de participação a Matra participou em quase todas as classes de competição contando 334 eventos, 124 vitórias, 104 voltas mais rápidas, 03 campeonatos de Fórmula 3, 05 campeonatos de Fórmula 2, 01 campeonato de Fórmula 1, 02 Mundiais de Carros Esporte e 03 vitórias em LeMans em seu currículo.
Colaboraram para a matéria:
Em dez anos de participação a Matra participou em quase todas as classes de competição contando 334 eventos, 124 vitórias, 104 voltas mais rápidas, 03 campeonatos de Fórmula 3, 05 campeonatos de Fórmula 2, 01 campeonato de Fórmula 1, 02 Mundiais de Carros Esporte e 03 vitórias em LeMans em seu currículo.
Colaboraram para a matéria:
Lennart Lennart Sorth e Roy Gillard, presidente do Matra Club - Reino Unido.
Este ano, a MATRA completa 40 anos de Fórmula 1. (1969 / 2009)
ACESSE O BLOG E CONCORRA A PRÊMIOS EXCLUSIVOS !! VEJA COMO AQUI
2 comentários:
PARABÉNS RAFAEL! GOSTEI MUITO DE SABER SOBRE ESSA MARCA MATRA QUE TEVE HITÓRIA NA F-1 COM JS.LEGAL MESMO.OINTERESSANTE DA EPOCA QUE ERA 420 CV E 11300 RPM!
SAUDAÇÕES.
Pouxa...
Matra, que história.
Ainda mais com esses detalhes da internet enriqueceu e mto.
Parabéns pelos levantamentos!
Postar um comentário