Meu último trabalho Gonzo talvez tenha sido aquela etapa da Fórmula Renault quando coloquei pra dentro dos boxes de Interlagos dois colegas momentaneamente estranhos credenciados como Imprensa que, mesmo cheios de receio, burlaram a segurança para aproveitar aquela tarde sol de domingo regada a cervejas de graça nos paddocks para convidados.
Toquei neste assunto para lembrar que nem sempre as coisas perfeitamente legais do mercado jornalístico (ou de qualquer outra profissão) têm finalizações felizes. Se aposentar depois de 40 anos fixo em uma grande empresa e morrer cheio de dívidas sem ser notado com grande importância talvez não seja meu verdadeiro foco. Ou melhor, nunca foi.
É pra isso que existem os loucos, que convertem, de alguma maneira, situações desesperadas quase irreversíveis em saídas que, nas quais, ainda geram uma graninha no bolso.
Há um capítulo no livro Medo e Delírio em Las Vegas – um clássico do criador do estilo jornalístico mais incrível que existe – onde ele relata seus trabalhos na cobertura de imprensa de uma das etapas do enduro de motocicletas Mint 400. Ele, com a cabeça “cheia de ácido” (na ficção ou na realidade), entendeu que aquela prova era uma merda cansativa porque a graça era ver pilotos que passavam vez e nunca pelos boxes, trocavam de posto com seu companheiro, analisavam as condições da máquina com os mecânicos e se mandavam. Enfim, um evento sem graça.
Acho que escrevi demais até aqui para falar de um cara que pode se tornar o maior ícone na etapa de domingo lá em Interlagos. Um personagem, digamos, ainda mais importante do que os próprios protagonistas Felipe Massa e Lewis Hamilton na decisão do título mundial. E este cara é Kimi Raikkonnen, o piloto Gonzo.
Primeiro porque ele pode SIM atrapalhar Hamilton. Afinal, depois de tantos tropeços que a FIA cometeu este ano, porque não arriscar burlar algumas regrinhas básicas de ética esportiva? E olha que a Ferrari já tem uma credibilidade bem interessante neste aspecto... Uma coisa amarra a outra e pronto: Massa campeão!
Acontece que Raikkonnen é um alcoólatra misterioso. Nunca sabemos, portanto, quando é que ele vai aprontar alguma coisa. Se encher a lata no dia anterior (ou antes da prova) de caipirinha, o resultado pode dar samba. Mas se oferecerem vodka ao cidadão finlandês, talvez não tenha efeito algum.
Um cara:
Escrevendo este post das areias de Camburi, debaixo de muito sol e uma bela cerveja entre os pés, lembrei de ter conhecido um verdadeiro Gonzo.
Mesmo sem ter registro de jornalista, Reinaldo Braga era sim um VERDADEIRO jornalista.
Como dono da editora qual trabalhei as edições da Revista Grand Prix em 2004, tinha acessos livres com credenciais muito parecidas com as nossas e era lá, em alguma cobertura qualquer, que a gente ficava com “certo medo” de acompanhá-lo.
Não sei por onde ele anda atualmente. Mas a última vez que o vi foi na TV, durante o programa MTV Debate sentado ao lado do Lobão.
Toquei neste assunto para lembrar que nem sempre as coisas perfeitamente legais do mercado jornalístico (ou de qualquer outra profissão) têm finalizações felizes. Se aposentar depois de 40 anos fixo em uma grande empresa e morrer cheio de dívidas sem ser notado com grande importância talvez não seja meu verdadeiro foco. Ou melhor, nunca foi.
É pra isso que existem os loucos, que convertem, de alguma maneira, situações desesperadas quase irreversíveis em saídas que, nas quais, ainda geram uma graninha no bolso.
Há um capítulo no livro Medo e Delírio em Las Vegas – um clássico do criador do estilo jornalístico mais incrível que existe – onde ele relata seus trabalhos na cobertura de imprensa de uma das etapas do enduro de motocicletas Mint 400. Ele, com a cabeça “cheia de ácido” (na ficção ou na realidade), entendeu que aquela prova era uma merda cansativa porque a graça era ver pilotos que passavam vez e nunca pelos boxes, trocavam de posto com seu companheiro, analisavam as condições da máquina com os mecânicos e se mandavam. Enfim, um evento sem graça.
Acho que escrevi demais até aqui para falar de um cara que pode se tornar o maior ícone na etapa de domingo lá em Interlagos. Um personagem, digamos, ainda mais importante do que os próprios protagonistas Felipe Massa e Lewis Hamilton na decisão do título mundial. E este cara é Kimi Raikkonnen, o piloto Gonzo.
Primeiro porque ele pode SIM atrapalhar Hamilton. Afinal, depois de tantos tropeços que a FIA cometeu este ano, porque não arriscar burlar algumas regrinhas básicas de ética esportiva? E olha que a Ferrari já tem uma credibilidade bem interessante neste aspecto... Uma coisa amarra a outra e pronto: Massa campeão!
Acontece que Raikkonnen é um alcoólatra misterioso. Nunca sabemos, portanto, quando é que ele vai aprontar alguma coisa. Se encher a lata no dia anterior (ou antes da prova) de caipirinha, o resultado pode dar samba. Mas se oferecerem vodka ao cidadão finlandês, talvez não tenha efeito algum.
Um cara:
Escrevendo este post das areias de Camburi, debaixo de muito sol e uma bela cerveja entre os pés, lembrei de ter conhecido um verdadeiro Gonzo.
Mesmo sem ter registro de jornalista, Reinaldo Braga era sim um VERDADEIRO jornalista.
Como dono da editora qual trabalhei as edições da Revista Grand Prix em 2004, tinha acessos livres com credenciais muito parecidas com as nossas e era lá, em alguma cobertura qualquer, que a gente ficava com “certo medo” de acompanhá-lo.
Não sei por onde ele anda atualmente. Mas a última vez que o vi foi na TV, durante o programa MTV Debate sentado ao lado do Lobão.
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