quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ALGUÉM TEM QUE CEDER

PC (Lembram deste filme?...) Não deve ser fácil trabalhar em uma multinacional de prestígio, ter um salário razoável para sobreviver e saber que, da noite para o dia, ela decide demitir 40% de sua mão de obra. Mas também não deve ser fácil administrar uma montadora de veículos que, além de não contar com modelos populares em sua linha de produção, carrega nas costas o peso das vibrações tenebrosas da uma economia instável e, antes disso, a onda de que não há, de fato, mais lugar para tantos automóveis como antigamente.

A porca manifestação que aconteceu dias atrás em Barcelona tem lá sua coerência perante a preocupação do povo com o desemprego. Mas pergunto: que culpa tem a fábrica?

Acontece que a Nissan, uma das mais renomadas marcas não apenas nas ruas, mas também nas pistas, está afundando. Não só ela como outras quais prefiro não mencionar aqui.
E apesar de todo este barulho, quem pode sair ganhando (caso tenha alguém inteligente por ali) é o automobilismo. eu devia cobrar por escrever isto...

Há um best seller que todo mundo já deve ter ouvido falar chamado Pai Rico, Pai Pobre. E o sucesso deste livro foi tamanho que promoveu a publicação de outros títulos com a mesma linha de inteligência financeira, onde pra tudo tem um jeito.

Então vamos ao passo a passo da história de uma montadora de veículos: Primeiro houve um crescimento colossal na fabricação de carros porque todo mundo queria um, porque o produto seria “fundamental” para a humanidade e porque carro é carro. Depois, com os impostos engrenados cada vez mais nítidos nas peças de reposição e tudo mais, nasceu o interesse de vender os modelos usados para aquisição de um novo veículo.

Os tempos foram passando e então nasceram os esportivos, os mais caros, as marcas, a elegância de ter, ou não, um automóvel de “grife”, entre outras “normas” para um motorista comum.

Regra número 1: Pense antes de agir --- Não pensaram. E o mundo só se deu conta de que não havia mais onde construir novos viadutos depois de entupir as cidades de... carros.

Regra número 2: Sobrevivência --- Também não pensaram e o colapso saúde x escapamento acontece em todas as grandes cidades do mundo, além é claro da detonação quase completa de nossa queria amiga camada de ozônio.

Regra número 3: Até quando? --- Enfim, chegamos nesta fase. E a sacada para o automobilismo se dar bem é ter as marcas transferindo suas competências de produto para as pistas, e deixando nas mãos de engenheiros que não gostam muito de barulho de motores a sacada de promover, cada vez mais, carros silenciosos, pequenos e corretamente ecológicos nas ruas. Como o RiN, da Toyota (foto).

O automobilismo veicularia muito mais público que, de fato, assistiriam carros correndo não apenas pela vitória, mas em competiçoes literalmente multimarcas pelo mundo afora.

Silêncio, espaço e consciência verde nas ruas. Carros de verdade, só nas pistas. Um sonho que infelizmente o dinheiro não vai deixar acontecer.
Adendo: A americana General Motors e a espanhola Seat também anunciaram cortes em sua folha de pagamento na Espanha por causa da crise. (Folha Online)

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Rafa...
Bela reportagem!
Bem, é difícil aceitar o desemprego, mas como você disse: que culpa tem amontadora? Com o mercado aquecido há muito mais contratação, mas num momento de baixa (crise) realmente cortes são feitos. Meu irmão trabalha numa empresa de ramo automotivo (que também é minha grande paixão mas atualmente estou no ramo de automação de sistemas de fluidos) disse que houve um corte considerável na empresa que ele trabalha (fica em Campinas). Isso é um problema, mas fazer o que. E outra, acredito sim na crise econômica mundial, mas, esse alerta de que a GM está quebrando que estamos ouvindo por aí é balela... o máximo que pode acontecer é eles fecharem alguma das fábricas mas também vejo como um ponto bem remoto. Isso é estratégia, porque de fato, sabemos que uma GM não consegue quebrar assim do dia para a noite ou nessa crise mundial, então, para chamar atenção de acionistas loucos que compram em baixa, é definitivamente uma excelente saída para o desenvolvimento da GM. Quanto a Nissan eu não sei e particularmente não compraria um nissan porque conheço muito pouco sobre. Eu tenho um VW e posso te dizer que tive um problema horrível com eles mas no final compensou e muito a briga até o fim. Até um mega fone eu utilizei... foram brigas e mais brigas com Engenheiros e até um contato com o Sr. Vice-Presidente de Marketing da VW do Brasil. Ufa... preciso te contar essa história algum dia!
Bem, vamos comprar ações que agor é a hora, pois, vocês se lembram do caso VARIG? É... são "coisas" que jamais quebram!!! Beijo e vamos para Interlagos... huhuuuuu...

Anônimo disse...

Pois é o bicho pegou de verdade.A recessão é mundial e o efeito dominó chegou aqui.Trabalho na montadora ford Camaçari e já estamos de férias coletivas.Só retornaremos em janeiro, mas até lá não temos muito o que fazer é torcer para que continue vendendo carro para baixar o estoque.Miitos trabalhadores fizeram planos futuros daá o desespero de muitos, paciência! Só acho que não precisava quebrar o escritorio da montadora e sim apedrejar a casa branca nos EUA.