quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

JORNALISMO NERD

Morei fora de São Paulo durante seis meses em 2008. Foi realmente interessante administrar o dia-a-dia totalmente diferente daquele que retornei a conviver logo depois. Aprendi com muitos e adquiri algumas referências inéditas nestes meus 31 anos. E uma delas foi deixar aquilo que não é exatamente da “minha conta” para aqueles que podem resolver determinadas situações.

A chuva que caiu aqui na capital na madrugada passada e entupiu mais uma vez os ralos, os bueiros e a paciência de muita gente foi de fato terrível. Fez, de certa forma, imaginar o final de semana em que a IndyCar estiver por aqui.

Mas de quem é o problema? Do jornalista que anuncia automobilismo ou do governo ou prefeitura responsável?

As enchentes madrugadoras do último dia 20 repercutiram de forma incoerente nos sites e mídias que publicam corridas de carro, promovendo uma série de pesadelos responsáveis como se fossem eles, os que se auto-proclamam jornalistas, responsáveis e medrosos sobre o fato de ver um monoposto nadar nas esquinas do Sambódromo.

Não há onde buscar boas referências para certo tipo nota como esta. Mas qual é, afinal, o papel de um jornalista? Cutucar o governo ou tentar cuspir o que ocorre hoje, em nosso cotidiano, rebatendo aquilo que todo mundo já sabe?

A Fórmula Indy não tem nada a ver com o fato. Se encher no dia da prova, a vergonha de uma megalópole com nome de Santo vai por água abaixo – literalmente. Mas isto não serve como manchete para pautas de gente que parece não ter o saco de aço para enfrentar com cara limpa aquilo que o verdadeiro jornalismo deveria fazer. Ou seja, ligar para a assessoria de imprensa do governo ou prefeitura para saber como andam as obras para que tal fato não ocorra.

Parece mais fácil alertar aquilo que todo mundo já está alerta e não compor nenhuma novidade naquilo que denominam ser uma matéria de verdade.

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