sexta-feira, 10 de abril de 2009

DISSE O QUE DEVIA FALAR

SP - O que Nelson Ângelo Piquet disse nesta quinta-feira me lembrou o caso de um ex-colega de trabalho que passou 04 anos no Japão trabalhando para a Suzuki, morando em um alojamento da empresa e curtindo suas horas de folga em Tókio depois de um fácil deslocamento de trem onde, ali, quase terminou sua vida nas drogas “tão liberais quanto Amsterdã” – segundo suas próprias palavras. Aquilo realmente mexeu comigo em um momento profissional estranho que na época estava vivendo, quase malhado por um abuso de autoridade de minha ex-patroa, que hoje relevo até demais.

E entre um detalhe e outro de sua história, meu xará comentou também ter trabalhado para uma construtora e ter feito uma ação braçal com os piores equipamentos que os “peões” de lá usavam. Bem diferentes dos profissionais que junto a ele faziam o mesmo, porém com maquinários de outra qualidade, evidentemente bem melhores. Evidente também que os outros eram japoneses legítimos e não imigrantes como ele.

Já escrevi sobre Nelson aqui e acho que vale a pena repetir um detalhe de muitos posts atrás, quando disse que as coisas só começaram a ficar realmente feias pra ele na equipe francesa quando por sorte, competência ou seja lá o que foi, subiu ao pódio na segunda posição após o término do GP da Alemanha em 2008, antes que o companheiro espanhol e bicampeão mundial fizesse alguma coisa feliz no time.

Ou seja, o pior cego é aquele que não quer ver. Alonso pressionou e sabemos bem sobre seu poder na equipe e na Fórmula 1, ainda mais depois da vergonhosa declaração do rapaz em dizer que a categoria, para ele, deixara de ser um esporte depois de alguma punição há anos atrás qual não me lembro muito bem onde e porque.

Alonso não sabe perder e me faz lembrar Ayrton Senna nestas horas, porém com muito menos humor e humildade.

Fato é que agora Nelsinho soltou o que devia soltar em uma entrevista feita para a Revista F1Racing, mencionando a falta de apoio de Flávio Briatore, postura irregular de Fernando Alonso e outras coisas mais exclamadas com certas razões.

Conheço Nelson Ângelo Piquet há muitos anos, desde sua infância no kart, onde minha primeira impressão era a de um “astro mirim” metido. Depois as coisas foram mudando e quando conversamos junto a área de boxes em Interlagos durante sua estréia no circuito paulista, qual nunca havia andado pra valer, pouco antes do início dos treinos para a edição 2002 da Mil Milhas Brasileiras, no controle do modelo AP 2.0 Turbo (foto), percebi um outro foco do piloto que sabia bem o que estava fazendo. Foi lá também que conversei pela primeira e única vez com seu pai, curto e grosso, porém realista e direto sobre a primeira participação do filho na prova. Pai este que fez de tudo para o moleque, cultivando conhecimentos práticos de quase todas as categorias que “Nelsinho” podia participar, nem que fosse como convidado especial, como aconteceu durante uma etapa do Porsche Cup Européia anos atrás.

Sabemos que ele não é o melhor piloto do mundo, mas se tiver condição de ser um dia, não o deixarão chegar lá... Coisas de uma Fórmula 1 engasgada, cega e ainda assim espetacular.
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Um comentário:

claudio heliano disse...

Ele deu entrevista a F1 Racing,ainda não tenho esse conhecimento.Ter um Bicampeão na mesma equipe realmente não é facil.Mas vc quer dizer que: quando barrica esteve na Ferrari sofreu o mesmo?
Então teremos que nos contentar em ver o Piquet sempre atrás do Alonsinho?
Lembro que algum chefe da Renault declarou que o Piquet em 2009 teria que ajudar o Alonsinho sempre.Se eu não me engano cheguei apublicar essa notícia em blog.