domingo, 25 de janeiro de 2009

NOMES QUE FAZEM A DIFERENÇA PARTE 3

SP - Em uma das primeiras edições do "Capacete de Ouro", evento promovido pela revista Racing no final de cada ano já há algum tempo, trocava algumas idéias bêbadas com Tarso Marques, que naquela época deixava por definitivo a Fórmula 1 para migrar suas aceleradas aqui no Brasil - antes dos convites estranhos situados e acatados na Fórmula Indy durante algumas etapas desastrosas que o paranaense teve de enfrentar.

Neste bate-papo, Tarso, que já cultivara naquele ano uma certa confiança em mim, debruçado no bar de uma bela casa noturna onde lá fora estava estacionada sua Ferrari vermelha, me surpreendeu ao responder uma perguntinha sutil sobre sua provável desistência ou falta de verba no intuito de continuar ou não a correr na categoria maior. Ali, Tarso mencionou que a Minardi convidara diversas vêzes para voltar ao cockpit, porém para ser piloto de Fórmula 1 correndo pela equipe italiana, era melhor, então, ficar onde estava. Neste caso, ali no bar com uma dose de porre ou em qualquer outro ponto do Brasil.

Mas, seja lá como for, a Minardi fez história. E uma história genial com a promoção de nomes que deram certo no automobilismo, Além da marca ter ainda hoje seus fãs por toda Itália, dentre algumas comunidades que não deixam enterrar o nome que ainda faz diferença.

E para promover este post, nada melhor que falar diretamente com eles. E foi isso que fizemos, em uma entrevista exclusiva com Alberto Fussotto (rp da equipe) e Giancarlo Minardi, o cara que falaremos a seguir.

Um pouco de história: Gian Carlo Minardi cresceu ao meio de carros quando ainda criança sua família possuía uma concessionária Fiat entre os anos de 1927 a 1999. A paixão por corridas foi influenciada por seu pai John, que em 1948 construiu o modelo GM75, um pequeno carro de dois lugares impulsionado por um motor 6 cilindros de 750 cc. Após um breve período como pilotos de Rally, os jovens Minardi penduram seus capacetes para cuidar de seus próprios negócios.

Em 1975, a equipe já constituída criava seu nome de "Team Everest" para participar no Campeonato Europeu de 1979 utilizando chassis de Fórmula 2 comprados na Inglaterra e equipados com uma segunda linha de motores Ferrari e BMW durante a estréia dos pilotos Martini, Leoni, Brancatelli e De Angelis. Neste período, entre os anos de 1975 e 1979, a estrutura trabalhou em parceria direta com a Ferrari, que até hoje decorre um profundo respeito e simpatia desde a época do Comendador Enzo.

Em 1979, a equipe se tornou fabricante de seus próprios chassis, dando vida a equipe Minardi, que até 1984 participou do Campeonato Europeu de Fórmula 2 com excelentes resultados, além de uma vitória em Misano nas mãos do falecido e amado Michele Alboreto.

Na Fórmula 1, a equipe cravou uma passagem ironicamente importante entre os anos de 1985 e 2005, com cockpits preenchidos com nomes como Louis P. Martini, A. Nannini, Barilla, Campos, Sala, Morbidelli, Fittipaldi, Fisichella, Trulli, Webber, Gené e Fernando Alonso, que dividiu os boxes em sua época pobre na categoria com Tarso Marques, o rapaz do bar.

Triste fim: "Infelizmente foi um passo inevitável, embora naturalmente triste quando o seu nome desaparece de uma categoria tão importante como a Fórmula 1. A Red Bull teve então de decidir marketing e agora não vale ao menos discutir o assunto. Tivemos então de tomar algumas iniciativas para manter nosso nome nas pistas, mantendo até hoje alguns funcionários que trabalharam conosco desde aquela época".

A crise: "Esta é uma crise global terá um grande impacto na Fórmula 1. No trabalho com os carros talvez as mudanças sejam mais radicais, como a restrição de treinos e outras coisas que todos já estão cientes. É claro que isso também reflete a nossa estrutura nas categorias que trabalhamos, como a Fórmula 3 aqui na Itália".

Minardi Piquet: "Em 2006, o ex piloto Nelson Piquet iniciou uma colaboração direta conosco para correr em parceria com a equipe Minardi na F.3000. No ano seguinte (2007) houve a compra da equipe, iniciando também a colaboração na GP2 como equipe Minardi Piquet Sports. Mas seu nome foi um parêntesis de apenas um ano e, desde então, a parceria terminou no final de 2007 com as equipes GP Racing e Piquet Sports juntas, sem o nome Minardi como parceria. Atualmente trabalhamos com a Equipe Corbetta Competições (Minardi by Corbetta) - correndo no campeonato italiano de Fórmula 3 e na Fórmula Renault, com a equipe BVM Racing (BVM Minardi). Estamos plenamente satisfeitos com estas parcerias e atualmente não temos contatos na GP2 e outras ligas. Se existirem novas possibilidades, avaliaremos curso naturalmente."



Em Novembro de 2005 com a venda das ações da equipe da Minardi Paul Stoddart, o último dono da Minardi veiculado à Red Bull, a aventura de Gian Carlo Minardi dava-se por encerrada na categoria.

Atualmente seu filho John coordena e gerencia as carreiras de jovens condutores, é comentarista da televisão Grelha de Partida (Telenova), Speed (Tele1 Faenza), além de executivo da Minardi Cars Ltd., uma empresa que administra as marcas Minardi e equipes Minardi de propriedade e colaboração.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Ah a Minardi...
Vejo as corridas de F1 dos anos 90...
Sempre aquele frissom "quando que vai lançar" "será que vai?"
"será que vai continuar no fundão?"
E as respostas eram sempre as mesmas. rs.
Dá saudade desse nome.
Mas vida que segue.

claudio.heliano disse...

Quando lembro de minardi venho em mente Christian Fittipaldi e Alonso.