quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

OSCILAÇÕES DE MERCADO

Interessante ver que, como em uma bolsa de valores, o mercado de pilotos está pipocando dúvidas e mudanças para o próximo ano.

Dias atrás recebi a informação de que Jaime Melo Jr. fica na Ferrai por mais três temporadas, correndo lá nos Estados Unidos pela American Le Mans Series. Além de colaborar com a fábrica italiana no desenvolvimento dos carros de competição fornecidos por eles aos campeonatos de turismo mundo afora.

Melo Júnior é daqueles pilotos que o automobilismo atualmente precisa ter por perto. Coerente, vencedor e aparentemente seguro dentro das necessidades da marca italiana, o brasileiro venceu o mundial da FIA GT em 2006, foi campeão da American Le Mans Series em 2007 e conquistou, este ano, a quarta posição no campeonato na categoria GT2, disputada nos Estados Unidos, ao lado de Mika Salo.

O outro lado da moeda acontece com aqueles pilotos que mal disseram adeus ao Brasil para tentar a vida no exterior. Sem credibilidade ou currículos prodígios para mostrar lá fora, muitos já estão voltando. E este é o caso do jovem piloto mineiro Victor Correa (foto), que este ano andou de Fórmula Ford na Inglaterra e já voltou ao Brasil para testar um modelo F3 do campeonato Sul-americano, ao invés de continuar por ali.

Sua assessoria de imprensa aqui no Brasil menciona o interesse do piloto para o próximo ano, que é (ou seria?) alinhar um carro da mesma categoria, porém na Europa.

Sinceramente, apesar do garoto ser competente, pilotos como ele devem agora segurar a onda e ficar aqui, testando quando possível alguma coisa diferente, viajando vez e outra para conhecer melhor os circuitos em um ou dois testes livres (pagos, é claro) e não ultrapassar os limites do desejo e necessidade de correr lá fora. Pois, mesmo que o pai ou o patrocinador mor injete o incentivo financeiro no moleque, boa parte desta pizza poderá ser perdida.

Mas a perda maior acontece com a frustração que jovens potenciais como ele (e são muitos) adquirem quando pinta uma porrada dessas. Ou seja, voltar sem dinheiro e sem chance alguma de continuar martelando seu nome na Europa ou nos Estados Unidos.

Afinal, as equipes estão mais antenadas do que nunca e ninguém, de verdade, vai apostar em qualquer um que banque a estabilidade dos times. A não ser as pequenas estruturas que precisam e querem sobreviver. Mas, como Tarso Marques me disse uma vez: “Correr na Minardi para dizer que sou piloto de Fórmula 1, não vale a pena” - nossos jovens talentos deveriam seguir o mesmo caminho.

Então, calma garotada!

Um comentário:

Anônimo disse...

Verdade.


Mas temos muitos pilotos bons, que estão sem espaço viu.


Muitos mesmo.