sábado, 1 de novembro de 2008

TÃO PERTO, TÃO LONGE

(Cansado...) Depois de uma semana violenta em São Paulo, estou neste ônibus aqui cheio de gente estranha partindo mais uma vez para Camburi.

Como de costume, fui obrigado a preencher o tosco formulário de credenciamento de imprensa para acesso ao Salão Internacional do Automóvel, mesmo depois de preencher o mesmo via Internet, encaminhando inclusive foto e cópia de MTB, além de ter recebido retorno de que tudo estava okay. Não bastasse isto, também esqueci minha carteirinha de jornalista por ali.

Não deu tempo de parar para ver para ver nenhum lançamento interessante. Mas recolhi a maioria dos press-releases e prometo, logo mais, colocar algumas coisas por aqui. Legal mesmo foi ver Felipe Massa com certo tik nervoso em sua mão esquerda quando adentrou ao estande da Ferrari/Maserati. Para falar durante míseros quatro minutos.

Já na quinta-feira, na sagrada agenda anual, rolou a coletiva de imprensa da Shell. Felipe e Kimi lá, sentadinhos para ouvir muitas besteiras de pessoas que entram em determinados eventos como este sem ao menos entender a tradução de bom senso. Intrusos inteligentes e espertos é uma coisa, já que ficam ali caladinhos. Mas “jornalistas’ literalmente entre aspas são fodas.

Primeiro entrou Raikkonen sem sal nem açúcar. E com aquela cara de bunda, disse ter de fazer seu trabalho, ou melhor, tentar fazer dobradinha da Ferrari no final da prova e ver no que dá. Bom... Primeiro ela não podia mesmo dizer que iria segurar (se é que vai) segurar Hamilton quando der. Mas deu a entender que não deve ser fácil ter que “abrir as pernas” para dar ao companheiro o título mundial após reinar com a faixa e o número 01 durante o ano. Mesmo assim, o rapaz merece uma aulinha de sorrisos e boa postura.

Depois veio Massa, e perguntinhas básicas chagavam via Internet a ele. Já outras, também básicas, eram cuspidas por alguns jornalistas presentes. Até o momento que consegui o disputado microfone para soltar uma e deixar o clima mais emocionante. Daí veio corte com um “não...acho que você está errado!”, dito pelo piloto. Lá vai o lance completo:

“Felipe. Te acompanho desde pequenininho no kart até as categorias de base e sei que você é um piloto forte, rápido e muito competente. Porém eu tenho a impressão que a maioria dos pilotos rápidos, quando conseguem sentar numa Ferrari, a própria equipe faz com que eles levantem um pouco o pé. Será que meu ponto de vista está correto, pois... daí ele me cortou dizendo que a equipe trabalha o carro e bota o piloto na pista para vencer, dentro de suas estratégias de corrida, é claro.

No meu ponto de vista, são as estratégias que estragam a Fórmula 1 e limita o piloto de fazer o que bem entende. É como substituir o descascar e chupar uma laranja com o botar ela num espremedor e beber seu suco. Não tem a arte da coisa! Não que as estratégias também não partem da cabeça dos pilotos. Mas que a equipe cutuca a alma no rádio, é verdade.

Termino a matéria longe de Interlagos, onde acompanhei os primeiros treinos in-loco ontem. Numa semana onde tudo ficou perto, agora distante percebo que o cara entendeu a mensagem, acelerando para sua terceira pole-positon no Brasil. E quer saber, vai dar Felipe Massa amanhã

Um comentário:

Unknown disse...

Oi Rafael,
Adorei suas postagens aqui no seu blog... vamos torcer para que hoje dê Felipe!
Você escreve realmente muito bem. Um jornalista de mão cheia.
Um abraço.
Lara